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Análise: erros e desconcentração tiram vantagem confortável do São Paulo na Copa do Brasil

Nove minutos, e adeus vantagem. Por desconcentração (e, por consequência, erros), o São Paulo perdeu uma confortável diferença para o Fortaleza e de certa

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Redação Publicado em 26/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h11


Nove minutos, e adeus vantagem. Por desconcentração (e, por consequência, erros), o São Paulo perdeu uma confortável diferença para o Fortaleza e de certa forma se complicou no duelo contra os cearenses, pelas quartas de final da Copa do Brasil. A volta está marcada para o dia 15, às 21h30 (de Brasília), no estádio Castelão.

Em uma partida equilibrada, o São Paulo chegou a construir um placar de 2 a 0 com base em um jogo de contra-golpe e qualidade individual, com Reinaldo, Liziero e, especialmente, Emiliano Rigoni, autor dos dois gols. Porém, entre 38 e 47 minutos do segundo tempo, o conforto se esfacelou, e o clima de confiança naufragou com o 2 a 2.

A desconcentração da equipe se mostrou evidente e foi registrada até por Rigoni, em entrevista concedida no gramado após a partida. Esse fator é simbolizado pelo lance que mudou o duelo (e o confronto). Lançamento nas costas de Reinaldo, e Tiago Volpi falha na tentativa de cortar a bola, que sobra livre para Yago Pikachu diminuir.

O gol do Fortaleza transformou a partida, e o São Paulo aparentemente sentiu os minutos finais. Faltou agressividade, faltou controle e faltou concentração acima de tudo, como ressaltou o argentino, sincero ao abordar o fim de jogo aquém do Tricolor.

O lance do empate nasce com uma ação errada de Gabriel Sara, que gera um contra-ataque cearense no fim do jogo. Com a defesa desarrumada, Romarinho, completamente livre, empata e muda totalmente o confronto para a volta em Fortaleza.

O 2 a 0 permitiria ao São Paulo até perder para ir à semifinal da Copa do Brasil, competição importante por questões históricas e financeiras para o clube.

O 2 a 2 obriga o time a corrigir os erros nas próximas semanas antes do reencontro com os comandados de Juan Pablo Vojvoda, ainda invicto depois de quatro partidas contra os são-paulinos. Para sobreviver ao último torneio mata-mata da temporada, o São Paulo precisa vencer e sobretudo amadurecer.

O que deu certo

Um ajuste de Hernán Crespo no segundo tempo permitiu ao São Paulo achar o espaço para os dois gols. Na parte final do jogo, Emiliano Rigoni se posicionou como referência para os contra-ataques e virou de vez o protagonista da partida no Morumbi.

No primeiro, Reinaldo faz um lançamento longo, invertendo a direção do jogo, e acha o camisa 77 praticamente no mano a mano. No segundo, Liziero recupera a bola e imediatamente dá o passe em profundidade na velocidade para Rigoni, que ganha na corrida e faz 2 a 0.

O papel positivo de Crespo também se mostra nas entradas de Gabriel Sara e Liziero, que deram a competitividade e intensidade necessárias para o choque com o meio-campo do Fortaleza. Benítez, sem ritmo, e Rodrigo Nestor não conseguiram se sobressair.

Rigoni abraça Crespo no São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Rigoni abraça Crespo no São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

O que deu errado

Há pontos de questionamento sobre o papel do treinador são-paulino também na noite desta quarta-feira. A saída de Rigoni tirou o referencial do São Paulo e praticamente matou as chances de contra-ataque do time, que poderia até mesmo encaminhar uma classificação com a estratégia reativa de jogo a partir do 2 a 0.

O argentino, depois do jogo, negou qualquer cansaço e atribuiu a saída a uma simples decisão da comissão técnica. Sem Rigoni, o São Paulo perdeu grande parte do poderio ofensivo demonstrado diante do Fortaleza, que cresceu e conseguiu chegar ao empate.

O São Paulo ainda voltou a encarar a mesma dificuldade de sair da marcação pressão rival, estratégia usada pelo Fortaleza no início da partida e que quase resultou em gol de Wellington Paulista.

Jogadores do São Paulo lamentam o empate do Fortaleza — Foto: Marcos Ribolli

Jogadores do São Paulo lamentam o empate do Fortaleza — Foto: Marcos Ribolli

O que vem por aí

A vantagem de Hernán Crespo e comissão é que, enfim, o São Paulo terá tempo para trabalhar. Depois do duelo contra o Juventude, no fim de semana, o elenco ganha uma folga de duas semanas sem jogos em virtude da Data Fifa, na qual Daniel Alves vai defender a seleção brasileira nas Eliminatórias Sul-Americanas.

O duelo contra o Juventude, aliás, pode embalar de vez o Tricolor no Campeonato Brasileiro. São três vitórias consecutivas na competição e cada vez mais distância para a zona do rebaixamento, região frequentada pelo time durante quase todo o primeiro turno.

Crespo vai ter tempo para trabalhar a partir da próxima semana — Foto: Marcos Ribolli

Crespo vai ter tempo para trabalhar a partir da próxima semana — Foto: Marcos Ribolli

O São Paulo ocupa a 12ª posição e soma 21 pontos, apenas três a menos do que o rival Corinthians, atual sexto colocado e primeiro time na região que dá vaga à Pré-Libertadores.

Assim, como depois da queda para o Palmeiras na Libertadores, a Série A ressurge como ponto de recuperação de confiança para Crespo e os comandados.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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