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Análise: da defesa a Jô, Sylvinho colhe méritos no Corinthians, mas não pode ter medo de perder

Pouco a pouco, o trabalho de Sylvinho no Corinthians vai se solidificando com resultados. A equipe está em uma série invicta de seis partidas e reencontrou o

CORINTHIANS
CORINTHIANS

Redação Publicado em 09/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h54


Timão se impõe e vence em Chapecó, mas leva sufoco mais uma vez nos minutos finais

Pouco a pouco, o trabalho de Sylvinho no Corinthians vai se solidificando com resultados. A equipe está em uma série invicta de seis partidas e reencontrou o caminho das vitórias na noite da última quinta-feira, contra a Chapecoense, por 1 a 0, na Arena Condá, pela décima rodada do Campeonato Brasileiro.

Méritos de um técnico que conseguiu estabilizar e melhorar o sistema defensivo, hoje sólido e o melhor da Série A com João Victor e Gil na linha de zaga, e que devolveu a Jô, tão criticado nos últimos tempos, o prazer de fazer gols. São quatro nos últimos cinco jogos.

Mas, há de se ligar o sinal de alerta com o excesso de precaução. O medo de perder não pode tirar do Corinthians a vontade de vencer. Contra a Chape, mais uma vez, o Timão cedeu campo nos minutos finais e tomou sufoco, com boas defesas de Cássio na reta final da partida.

Sylvinho em Chapecoense x Corinthians — Foto: Dinho Zanotto/Agif

Sylvinho em Chapecoense x Corinthians — Foto: Dinho Zanotto/Agif

O filho do Terrão voltou

Jô deu ao Corinthians diretamente oito pontos nos últimos cinco jogos. Havia sido dele gol na última vitória, até então contra o Sport, em casa, em 24 de junho, quando o Timão também sofreu nos minutos finais com uma pressão acima do tom do rival.

Novamente, o atacante estava lá para assegurar o resultado fora de casa, dessa vez em um lance de centroavante nato. Bom cruzamento de Gustavo Mosquito, ajeitada meio “sem querer” de Gabriel, e chute sem chances para o goleiro.

Gol de Jô em Chapecoense x Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Gol de Jô em Chapecoense x Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Jô não tem rendido mais por estar mais ou menos em forma, por menos ou mais problemas pessoais ou pela cor da chuteira. Rende mais porque agora tem sua função clara em campo: não precisa correr mais do que os outros, o veloz do time é Mosquito, precisa prender a bola, segurar ela no ataque.

O centroavante contribui com qualidade, experiência e bom posicionamento. Atrai a marcação, cria espaços para os pontas e hoje é o artilheiro isolado do time com sete gols. Dedo do técnico.

Fagner sacrificado e desequilíbrio

Embora Jô esteja vivendo uma fase de paz com as redes, o Corinthians ainda sofre com constantes desequilíbrios em seu sistema ofensivo. Por vezes, o time passa praticamente um tempo inteiro dos jogos insistindo apenas por um lado.

Contra o Internacional, rodada passada, Mateus Vital passou a se destacar mais apenas com a saída de Mosquito, chamando o jogo para o seu lado. Conta a Chape, Mosquito passou a primeira etapa esquecido no lado direito, com Fábio Santos, Vitinho e Vital dominando ações pela esquerda.

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Não há lógica em tal desequilíbrio. Embora tenham características diferentes, os dois pontas do Corinthians têm qualidades suficientes para desestabilizar a marcação rival e protagonizar jogos. Uma alternância de jogadas pelos lados certamente geraria mais dúvidas na cabeça dos defensores.

O desequilíbrio também sacrifica Fagner, que, com Sylvinho, cumpre praticamente apenas um papel defensivo e de sustentação na marcação na lateral direita. Se antes chegava à linha de fundo do ataque, contra a Chape concentrou seu jogo na linha de meio-campo.

Medo de perder?

Sylvinho, avesso à possibilidade de fazer mais do que três mexidas no time por jogo, tirou Cantillo, Vital e Mosquito da partida para colocar Xavier, Adson e Marquinhos, praticamente trocando seis por meia dúzia. Numa análise mais criteriosa, até perdendo qualidade em enfiadas de bola sem o colombiano, que saiu com dores.

Gabriel, sempre esforçado, passou boa parte do jogo em função inócua. A Chapecoense, até os minutos finais quando pressionou de maneira consistente, não se mostrou capaz de organizar contra-ataques que justificassem a presença de dois volantes.

Sylvinho adota o estilo conservador, não gosta de mexer nos chamados “links” da equipe, prefere preservar as conexões do início de cada partida, mas não pode dirigir com medo de perder.

O Corinthians foi dominante mesmo sem um gênio cerebral no meio-campo, se impôs e não há lógica em ceder tanto campo ao rival e levar pressão nos minutos finais.

O Corinthians em números

  • 65% de posse de bola
  • 5 finalizações certas
  • 7 finalizações erradas
  • 483 passes certos (32 passes errados)
  • 22 desarmes certos (dois errados)
  • 7 cruzamentos certos (24 errados)

*De acordo com o Footstats.

O próximo desafio do Corinthians é neste domingo, contra o Fortaleza, no Castelão, às 20h30, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Timão ainda terá o Atlético-MG, em casa, e o Cuiabá, fora, antes do fim do mês de julho.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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