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Análise: Corinthians volta a ser competitivo e ganha esperança com Giuliano

O empate sem gols do Corinthians com o Santos foi, de certa forma, surpreendente pelo lado do Timão. Depois de uma atuação terrível contra o Flamengo, a

CORINTHIANS
CORINTHIANS

Redação Publicado em 09/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h00


O empate sem gols do Corinthians com o Santos foi, de certa forma, surpreendente pelo lado do Timão. Depois de uma atuação terrível contra o Flamengo, a equipe de Sylvinho se portou bem melhor na Vila Belmiro e teve chances claras de gols.

Mais do que isso, o jogo válido pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro deixou até um fiozinho de esperança na torcida: Giuliano fez ótimo primeiro tempo e mostrou que não terá dificuldades para se firmar como titular da equipe a curto prazo.

Melhor ainda: a tendência é que tenha seu futebol turbinado por Renato Augusto a partir da próxima rodada, em duelo contra o Ceará, em casa. Os jogadores certamente darão mais qualidade ao meio-campo do Timão e devem jogar juntos.

Camacho e Giuliano em Santos x Corinthians na Vila Belmiro — Foto: Rodrigo Coca/Ag. CorinthiansCamacho e Giuliano em Santos x Corinthians na Vila Belmiro — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

reia: “Muito feliz”

Fator Giuliano

A expectativa era grande, e na etapa inicial foi muito bem correspondida. Jogando com leveza e muita qualidade, Giuliano foi bem em seus primeiros minutos. Eficiente para sair de situações de pressão, sempre atuando mais pelo lado direito do meio-campo e ataque. Fez a bola girar com tranquilidade.

Com uma boa partida também de Fagner, o lado direito funcionou bem. Duas das três chances claras do Corinthians no primeiro tempo saíram por ali. Numa delas, Giuliano aproveitou contra-ataque de Jô para enfiar linda bola para Gustavo Mosquito, que parou em João Paulo.

Passe de quem tem qualidade, noção de espaço no campo e visão de jogo. Quesitos importantes para que o jogo de qualquer equipe flua em um setor tão importante quanto o meio. Destaque também para o preparo físico de Giuliano, em campo por 98 minutos.

Os números do meia*:

  • 38 passes certos (3 errados)
  • 2 desarmes
  • 1 cruzamento certo (1 errado)
  • 5 dribles certos
  • 5 viradas de jogo certas
  • 1 assistência para finalização
    *Números do Footstats.

Certamente, pouco a pouco o novo camisa 11 vai se tornar um jogador importante para o coletivo, em um setor com várias peças, mas poucas capazes de desequilibrar as partidas.

Resultado injusto?

Se no primeiro tempo o Corinthians “segurou a onda” e deu apenas indícios de que jogaria bem, na etapa final passou a dominar a partida com presença constante no campo de ataque, com direito a alguns destaque individuais. Poderia ter vencido o jogo com tranquilidade.

Uma enfiada de bola de Gabriel terminou em assistência de Mosquito para Jô. Seria (na verdade, foi) o primeiro gol, mas acabou anulado pela arbitragem por impedimento do ponta. Praticamente no lance seguinte, mas já pelo lado esquerdo, Mosquito foi derrubado na área por Madson, e o árbitro Flávio Rodrigues de Souza marcou pênalti.

Depois, o lance acabou anulado pelo juiz após consulta ao vídeo. Dois lances que jogaram água fria nas pretensões do Santos. O time da casa não se achou na etapa final e sofreu para levar perigo ao ataque. A tensão era visível no estafe do time da casa pela atuação do rival.

Jô em Santos x Corinthians na Vila Belmiro  — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Jô em Santos x Corinthians na Vila Belmiro — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Destaques individuais

Não só de Giuliano o Corinthians viveu na tarde do último domingo. Outros jogadores também foram evoluindo com o decorrer do clássico. Na zaga, João Victor fez mais uma grande partida, com velocidade, visão de jogo e bom posicionamento. Hoje, é titular de maneira incontestável.

Enfim jogando novamente como primeiro volante, Gabriel também terminou com ótima atuação. Importante para o sistema defensivo, fez três desarmes, além de sete duelos ganhos no chão. Nitidamente, o jogador se sente mais à vontade em sua posição de origem.

Fagner, um pouco mais participativo no ataque, também fez ótima partida. O lateral é fundamental para o jogo do Corinthians. Teve chance clara de marcar em belo chute de fora da área e participou de outros lances interessantes à frente.

Os problemas…

Com o desenvolvimento de seus novos meias no time titular, é possível que o Corinthians comece a pensar em jogadas menos previsíveis no ataque. Uma construção mais criativa, com mais qualidade, certamente vai aproximar a equipe do gol.

A tendência é que Mosquito passe a ser menos sobrecarregado e perca o cargo de “salvador da pátria” todo jogo. Antes, era a única válvula de escape de um Corinthians burocrático. A ver como vai se comportar Renato Augusto, velho conhecido da casa.

A partida também mostrou que Gabriel funciona melhor como um camisa 5, sua função de origem, e não como armador pela esquerda como vinha jogando. Problema semelhante acontece com Roni. Muitas vezes, o jovem volante acaba como um dos homens mais enfiados no ataque.

Participa de toda a construção ofensiva e, neste momento de sua carreira, embora dedicado, lhe falta qualidade para carregar tanta responsabilidade fora de sua posição mais confortável. Roni ainda não tem credenciais para ser um meia-atacante do Corinthians.

O elenco oferece opções melhores para o setor a Sylvinho, basta não ter medo de mudar e desencaixar peças para encaixá-las novamente. Luan, por exemplo, nem sequer foi cogitado pelo técnico mais uma vez. Certamente, tem mais a oferecer ofensivamente do que Roni. Vital, também.

É importante que a comissão tenha em mente a ideia de usar todo o elenco, rodar jogadores, sem deixar peças para trás já que o cobertor é curto.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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