Diário de São Paulo
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Klippel‐Trenaunay

'Viúvo do Twitter': entenda a doença rara que matou sua esposa

A Klippel‐Trenaunay acomete cerca de três a cada mil pessoas no Brasil

A Klippel‐Trenaunay acomete cerca de três a cada mil pessoas no Brasil - Imagem: reprodução redes sociais
A Klippel‐Trenaunay acomete cerca de três a cada mil pessoas no Brasil - Imagem: reprodução redes sociais

Vitória Tedeschi Publicado em 19/07/2023, às 15h40


O fotógrafo Bruno Baketa foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter na última terça-feira (18) após ser exposto por uma ex-amante nas redes sociais. Ele usava a rede social para falar do luto pela morte de sua esposa, Ivy Beatriz, que faleceu devido a uma doença rara.

As cartas sobre como sentia falta dela em momentos simples do dia a dia viralizaram e chamaram a atenção de grandes veículos de comunicação do país.

No entanto, tudo foi por água baixo quando várias mulheres vieram a público para contar que ele tinha casos extraconjugais enquanto a esposa estava doente e usava o momento de dor para seduzir as seguidoras.

A síndrome de Klippel‐Trenaunay foi responsável pela morte da fotógrafa Ivy Beatriz em fevereiro. Ela morreu aos 33 anos por causa de uma embolia pulmonar causada pela doença e deixou uma filha, Luiza, de 4 anos.

O que é a Klippel‐Trenaunay?

De acordo com o portal Residência Pediátrica, a síndrome de Klippel-Trenaunay é caracterizada pela má formação de vasos, veias, sistema linfático e artérias, que normalmente atinge um dos membros, sendo mais comuns os inferiores, como as pernas. Esse fator pode levar à alteração do comprimento e volume do membro afetado, assim como problemas no sangue.

Segundo pesquisadores que publicaram um artigo sobre a condição na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica em 2018, a Klippel‐Trenaunay acomete cerca de três a cada mil pessoas no Brasil e geralmente é detectada ainda na infância, já que é genética e costuma ser caracterizada por uma má-formação fetal.

A gravidade da síndrome é refletida em como ela atinge o organismo e se seu impacto ocorre mais fortemente nos óssos e nos músculos do que na pele.

Entre as complicações associadas incluem-se: trombose, coagulopatia, embolia pulmonar, insuficiência cardíaca, hemotórax, e sangramento de vasos anormais do trato gastrointestinal, do rim, ou genitália. Os pacientes com drenagem linfática anormal estão em maior risco de contrair celulite e infecções.

Em geral o tratamento é feito com dermatologistas, cirurgiões plásticos, hematologistas e ortopedistas para controlar os sintomas e a dor. Raramente a doença é fatal e em geral os sintomas diminuem após a adolescência.

No entanto, apesar de a fatalidade ser rara, a doença tirou a vida de Ivy Beatriz, que morreu por conta de uma trombose venosa profunda e embolia pulmonar ocasionada pela Klippel-Trenaunay.

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