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INSÔNIA

Pandemia de insônia: presidente da associação brasileira de sono faz alerta sobre situação preocupante

Muitos indivíduos ainda não reconhecem plenamente a relevância do sono para ter uma vida longa e saudável

Muitos indivíduos ainda não reconhecem plenamente a relevância do sono para ter uma vida longa e saudável - Imagem: Reprodução Freepik
Muitos indivíduos ainda não reconhecem plenamente a relevância do sono para ter uma vida longa e saudável - Imagem: Reprodução Freepik

Lillia Soares Publicado em 17/10/2023, às 17h51


O Dr. Edilson Zancanella, especialista em otorrinolaringologia e presidente da Associação Brasileira de Medicina do Sono, fez uma observação notável sobre a insônia. Ele é também um membro da equipe científica do World Sleep 2023, um congresso internacional programado para ocorrer no Rio de Janeiro entre os dias 20 e 25, com a expectativa de atrair 3 mil participantes.

Durante o evento, os especialistas irão compartilhar um novo consenso sobre a insônia, levando em consideração sua alta prevalência na população e abordando tanto as opções medicamentosas quanto as não medicamentosas, como ele detalha.

A situação é preocupante no Brasil, poderíamos dizer que houve uma pandemia de insônia durante a pandemia do coronavírus, quando disparou o número de casos de distúrbios de sono. Infelizmente, a maioria das pessoas já procura o médico pedindo um ‘remedinho’ para dormir, sem querer mudar os hábitos que compõem a higiene do sono. Costumo dizer aos pacientes: ‘Você quer que eu instale um botão de liga/desliga, mas ele não vem no equipamento de fábrica e não vai ser possível’. Na verdade, uma das formas mais adequadas para lidar com o problema é a terapia cognitivo-comportamental”.

Além disso, em sua perspectiva, apesar de ter ocorrido um aumento na atenção dada a esse tema nos últimos anos, muitos indivíduos ainda não reconhecem plenamente a relevância do sono para uma vida de qualidade e para manter uma vida longa e saudável.

A maioria sabe o que é pressão alta ou diabetes, agora temos a missão de fazer o mesmo em relação ao sono. Iniciamos um levantamento nas faculdades de medicina para mapear a carga horária referente ao ensino sobre o sono na graduação. É assustador, porque às vezes o tempo dedicado ao tema é de 15 minutos ou meia hora. Um aprofundamento depende, principalmente, da iniciativa de profissionais que se especializaram e levam a matéria para a sala de aula. Estamos falando de algo que os próprios médicos não estudaram na universidade”.

Dentre as inovações tecnológicas a serem abordadas, destaca-se a técnica de estimulação do nervo hipoglosso, uma prática ainda não realizada no Brasil, que tem o potencial de reduzir a apneia obstrutiva do sono.

Conforme informações do portal g1, esse processo envolve o envio de estímulos elétricos de forma semelhante à operação de um marca-passo, impedindo o relaxamento dos músculos na garganta e prevenindo problemas respiratórios decorrentes.

Falando sobre o sono ou a falta dele, uma pesquisa recentemente divulgada revela como problemas de pele podem afetar a qualidade do repouso.

A pesquisa foi realizada com 50 mil adultos em 20 países, a Academia Europeia de Dermatologia constatou que 49% dos pacientes relataram uma baixa eficiência no trabalho devido a noites mal dormidas, resultado de sintomas relacionados a condições de pele, como coceira, sensação de queimação e formigamento.

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