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Liberdade sexual

Mulher com deficiência paga para fazer sexo pela 1ª vez aos 43 anos

Melanie desenvolveu uma relação amorosa com o profissional, mas está a procura de um namorado

Melanie se arrepende de nunca ter tentado uma relação amorosa antes - Imagem: reprodução/Facebook
Melanie se arrepende de nunca ter tentado uma relação amorosa antes - Imagem: reprodução/Facebook

Mateus Omena Publicado em 10/05/2023, às 15h31


Uma mulher fez uma promessa a si mesma enquanto estava em isolamento em sua casa, devido à pandemia de covid-19, de que contrataria um garoto de programa para fazer sexo pela 1ª vez.

Residente na Austrália, Melanie, como foi identificada, colocou na sua cabeça que, assim que tivesse permissão para sair novamente, ela acabaria com as ansiedades que havia desenvolvido em torno do amor e da intimidade como uma pessoa com deficiência.

De acordo com a emissora britânica BBC, a sugestão veio da assistente social que cuida Melanie. Enquanto se isolavam juntas, Tracey (nome fictício) fez uma massagem em Melanie. Ninguém havia tocado em Melanie antes de forma não médica e, aos 43 anos, ela percebeu que queria mais.

Tracey revelou a ela que já havia sido prostituta e pensou que pagar por sexo poderia ser uma opção para Melanie. "Abriu meus olhos para o fato de que talvez eu pudesse experimentar isso", disse.

A mulher encontrou uma agência de acompanhantes online, na qual um perfil de um homem chamado Chayse chamou sua atenção. Ela marcou um horário e foi até o apartamento dele para a primeira sessão.

"Quando saí da cadeira de rodas e Tracy me deixou ali, éramos apenas nós dois. Não tinha ideia do que estava acontecendo."

Ela usa cadeira de rodas desde os três anos. A australiana foi diagnosticada com inflamação da medula espinhal, uma condição conhecida como mielite transversa. A condição a deixou com paralisia nas pernas e movimento limitado nos braços. Na vida adulta, ela tem auxiliares para ajudá-las nas tarefas diárias.

A editora de vídeo diz que nunca teve um relacionamento. "Deixei a vida me levar, nunca busquei por isso", diz.

Segundo ela, há um preconceito forte com pessoas com deficiência e nem sempre elas são vistas como seres sexuais.

Depois de enviar um e-mail com uma proposta para Chayse, ele organizou várias videochamadas para os dois poderem se conhecer e criar um certo vínculo para superar as possíveis dificuldades.

"Fiz um milhão de perguntas", disse Melanie: "Você já usou uma talha (dispositivo usado para levantar ou abaixar uma pessoa) antes? O seu apartamento é acessível para cadeiras de rodas? Com que frequência o elevador em seu prédio quebra?"

"Cerca de uma vez a cada seis meses", respondeu Chayse.

A mulher considerou que as respostas de Chayse foram boas o suficiente para marcar uma sessão em seu apartamento. Confiante, ela acabou antecipando o encontro.

Quando o encontro ocorreu, Melanie ficou mais calma. Depois disso, Melanie descobriu que poderia se divertir bastante com Chayse e com qualquer homem.

Ela também percebeu que se deu conta de que suas pernas podem ser imprevisíveis e "arremessá-la da cama". Por isso, muitas vezes, precisa de uma sessão de fisioterapia depois.

"Descobri que minhas pernas precisam ser presas à cama de antemão e então não há preocupação", disse.

Os dois estão se encontrando desde janeiro, mas não se trata apenas de sexo. Melanie e Chayse também têm conversado com um coach de namoro para ver como ele pode ajudar Melanie a navegar nessa seara e ajudá-la a construir conexões românticas com outras pessoas.

"Estou procurando um substituto para Chayse. Alguém que me ame e ame o que eu gosto e faça tudo de graça", brincou. "Nunca pensei que entraria em aplicativos de namoro e conversaria com homens online e agora estou fazendo isso praticamente diariamente. Meu único arrependimento é não ter feito isso antes."

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