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Golpe

Marmitagate: atualização da polícia comprova o que a internet já desconfiava

Investigação apura suspeita de estelionato em projeto de doação de marmitas

Eduarda Poleza e Taynara Motta se diziam coordenadoras do projeto - Imagem: reprodução Twitter
Eduarda Poleza e Taynara Motta se diziam coordenadoras do projeto - Imagem: reprodução Twitter

Manoela Cardozo Publicado em 14/10/2022, às 09h07


A Polícia Civil cofirmou que é falso o perfil no Twitter atribuído a Taynara Motta, que se apresentava como coordenadora do projeto 'Alimentando Necessidades'.

A ação, apelidada na internet como 'Marmitagate', é alvo de investigação desde o último mês, quando internautas passaram a desconfiar que o perfil seria falso e então, alguns doadores procuraram a polícia.

De acordo com o que foi descoberto nas investigações, a organizadora chegou a arrecadar R$ 30 mil reais em apenas um mês.

Coincidência ou não, o projeto conta com cerca de 30 mil seguidores nas redes sociais e pedia doações em dinheiro para a produção e distribuição de marmitas a moradores de rua de Blumenau, no Vale do Itajaí.

Mesmo depois do início das investigações, o perfil do projeto e de Taynara Motta segue ativo no Twitter e ainda divulgando a chave PIX para as doações.

O 'Alimentando Necessidades' passou a ter mais visibilidade nas redes desde que relatos passaram a ser postados nos perfis sobre assédio sexual em troca de doações, doações de carne estragadas e até mesmo um suposto caso de estupro, descrito pelo perfil de Taynara.

Os relatos cada vez mais frequentes acabaram levantando suspeitas de fraude e reclamações de quem doou à causa.

Para Felipe Orsi, delegado do caso, não existe nenhuma pessoa chamada Taynara Motta ligada ao projeto. Orsi ainda investiga quem estaria por trás do perfil falso.

"Temos ideia, mas não vamos divulgar para não conturbar a investigação e não atrapalhar os próximos passos. O perfil era falso, mas ainda não podemos concluir se os valores arrecadados de fato eram destinados aos moradores de rua. Estamos analisando uma série de dados e informações", declarou.

As suspeitas de estelionato são apuradas pela polícia desde o final de setembro e a única pessoa que se apresentou como coordenadora e prestou depoimentos sobre o 'Alimentando Necessidades' foi Eduarda Poleza, de 18 anos.

Em suas redes sociais, ela disse que foi ouvida na delegacia no dia 04 de outubro. O delegado do caso, por sua vez, confirmou ter ouvido suspeitas, mas não informou o nome de quem depôs.

A conta da iniciativa seria administrada por Eduarda e Taynara, que sempre se descreveram como coordenadoras da causa e investiam no engajamento de publicações em seus perfis para divulgar o projeto.

Acontece que desde 23 de setembro, a conta antes atribuída a Taynara não publicou nada e nem sequer comentou às denúncias e a investigação sobre a causa.

Já Eduarda Poleza se manifestou em sua conta pessoal no TikTok confirmando que esteve na delegacia. Ela contou que está aliviada por ter entregue provas para a investigação e revela que encerrou oficialmente o projeto 'Alimentando Necessidades'.

"Desde que tudo começou é o dia que estou me sentindo mais em paz. Mas como nem tudo são flores, estou encerrando o projeto", explicou.

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