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Intolerância

Homem evangélico sofre preconceito devido sua aparência: "Capeta"

Adriano tem mais de 70% do corpo tatuado e sofreu hate em suas redes sociais

Adriano tem mais de 70% do corpo tatuado e sofreu hate em suas redes sociais - Imagem: Reprodução/Instagram
Adriano tem mais de 70% do corpo tatuado e sofreu hate em suas redes sociais - Imagem: Reprodução/Instagram

Ana Rodrigues Publicado em 14/09/2023, às 10h53


Adriano Lemos é um homem de 33 anos, que tem mais de 70% do corpo tatuado, uma cruz sobressaltada na testa, olhos roxos, língua partida ao meio e alargadores no nariz, além de sua aparência, o que também chama atenção e impressiona os internautas é fato dele ser evangélico. 

Suas modificações no corpo começaram aos 16 anos e, aos 17, ele se converteu ao evangelho e passou também a frequentar a igreja. 

Comecei a admirar a modificação corporal na adolescência e decidi fazer. Através dessa admiração, tudo se encaixou nos propósitos que Deus tinha e tem através da minha vida", disse em entrevista ao UOL

Um de seus vídeos alcançou mais de 50 milhões de visualizações, onde Adriano mostra seus alargadores e como faz a higienização deles. Nos comentários há diversos tipos de comentário, desde como faz quando quer espirrar, outros dizendo que sentiram agonia ao assistir e até questionamentos sobre o porquê de ele fazer as modificações corporais. 

Já em outro vídeo, o título é: "arrume-se comigo para o culto na igreja, que atualmente conta com mais de 306 mil likes. O fato de ter feito tantas modificações no corpo, acaba gerando estranhamento em algumas pessoas e preconceitos em outras. E, o fato dele ser da igreja, choca ainda mais alguns seguidores. Adriano vive com a esposa e frequenta a igreja Bola de Nevede Rio Claro, interior paulista. 

Na igreja que congrego é tranquilo, afinal eles me conhecem desde quando eu não tinha modificação alguma. Mas, infelizmente, quando vou em outras para algum evento, infelizmente a recepção não é das melhores, devido às doutrinas serem mais rígidas e eles terem uma visão diferente", comenta Adriano.

Quando questionado em, como se sente recebendo diversos julgamentos e comentários preconceituosos como "o capeta indo para o culto?", o homem diz que não se abala, até porque, quem o julga, não o conhece. 

Eu sei lidar com qualquer crítica, inclusive com pessoas com visão de religiosidade, pessoas que me julgam sem me conhecer. Afinal, sei bem os propósitos de Deus na minha vida e através da minha vida, então as críticas e palavras ofensivas não vão parar meu chamado em Deus. Geralmente, quem comenta algo assim, são as pessoas que nem fizeram questão de conhecer um pouco da minha história. Mas temos dois públicos, os que me chamam de capeta e o público que me chama de anjo tatuado", disse à reportagem. 

Entre os amigos e parentes, ele conta que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito, mas sente os olhares estranhos na rua.

Geralmente não ouço preconceitos em palavras ditas. Mas qualquer forma de preconceito com olhares ou palavras, eu lido rindo. Não costumo pagar com a mesma moeda o preconceito das pessoas".

Adriano, além de influencer, é autônomo e trabalha como cuidador e passeador de cães. Entre os vídeos que mostram suas modificações, ele compartilha também seu amor e cuidado com os animais. 

Ajudo animais abandonados pelas ruas e de famílias carentes desde meus 12 anos de idade. Ainda não tenho uma ONG, mas criei uma vakinhaem prol desse sonho, que é ter meu próprio abrigo e poder ter mais espaço e condições", finalizou Adriano. 
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