A denúncia tem relação com o retiro Maanaim
Ana Rodrigues Publicado em 18/10/2023, às 10h22
Nessa segunda-feira (16), deputados federais do PSOL enviaram uma representação ao Ministério Público Federal pedindo que a igreja Assembleia de Deus de Rio Verde, em Goiás, seja investigada por seu retiro "Maanaim", que supostamente teria o objetivo de promover a "cura gay". A influenciadora bolsonarista Karol Eller chegou a frequentar o retiro uma semana antes de morrer, em 12 de outubro.
Segundo o site Metrópoles, a representação foi feita por Erika Hilton(SP), Luciene Cavalcante (SP) e Pastor Henrique Vieira (RJ), o retiro tenta "transformar" jovens LGBTQIA+ em heterossexuais.
A conduta criminosa de tratamento de cura gay pelos Representados deve ser imediatamente coibida, assim como investigadas as vítimas já submetidas à tamanha violência, para que vidas sejam preservadas", disse os parlamentares no documento.
Os parlamentares ainda citam postagens feitas por Karol Eller dias antes de sua morte, nas quais ela afirmava que havia "se convertido". Horas antes de cair do 4º andar do prédio em que morava, na zona sul de São Paulo, a influenciadora fez uma publicação dizendo que havia "perdido a guerra".
A prática [da "cura gay"] leva apenas à negação da existência do sujeito, o que potencializa os casos de depressão e outras doenças psicológicas de quem é submetido. Foi o caso de Karol Eller, que, após participar do retiro em questão, cometeu suicídio atirando-se da janela de seu apartamento, alegando ter 'perdido a guerra', uma provável alusão ao fracasso em se converter à heterossexualidade", disseram.
Em setembro, a influencer - que era lésbica - iniciou um processo de renúncia à própria sexualidade, após retornar de um retiro religioso.
Sim, eu renunciei à prática homossexual, eu renunciei vícios e renunciei os desejos da minha carne para viver em Cristo! Que Deus abençoe vocês!”, ela havia anunciado nas redes sociais.
Karol era prima de terceiro grau da cantora Cassia Eller, tinha 36 anos e acumulava mais de 700 mil seguidores no Instagram e 700 mil no Facebook. Há quatro anos, ela foi vítima de um ataque homofóbico na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A delegada que cuidava do caso, Adriana Belém, descartou que se tratava disso.
Nesta quinta-feira (19), Karol será homenageada em um culto na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) durante a tarde. A influenciadora trabalhava no local como assessora do deputado Paulo Mansur (PL), que divulgou a homenagem nas redes sociais.
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