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Polêmico

Defesa do assassino de Henry Borel quer proibir caso de ser exibido no Linha Direta

O caso estava previsto para ir ao ar na próxima quinta-feira (18)

Nos bastidores, a decisão contra a Globo é vista como censura prévia - Imagem: reprodução TV Globo
Nos bastidores, a decisão contra a Globo é vista como censura prévia - Imagem: reprodução TV Globo

Vitória Tedeschi Publicado em 17/05/2023, às 14h48


A defesa do ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, conseguiu uma liminar noTribunal de Justiça do Rio de Janeiro que proíbe a Globo de exibir uma edição do Linha Direta que estava programada para ir ao ar nesta quinta (18).

A terceira edição do programa, que foi um sucesso entre os anos de 1990 e 2007 e voltou neste ano, abordaria o assassinato do menino Henry Borel, de 4 anos, que aconteceu em 2021. Jairinho é acusado de ter matado o garoto, e a mãe de Henry, Monique Medeiros, foi denunciada como cúmplice.

Segundo a coluna de Patrícia Kogut, do Jornal O Globo, juíza que acatou a liminar, Elizabeth Machado Louro, alegou que o Linha Direta pode influenciar a opinião pública, já que o caso será submetido a júri popular.

O processo ainda pende de julgamento, e a exibição em canal aberto e por emissora de grande alcance não parece servir aos propósitos informativos que possam ser alegados", pontuou a magistrada.

"O réu deverá ser julgado por um corpo de juízes leigos, e tal exposição poderá colocar em risco a imparcialidade dos julgadores", acrescentou Elizabeth Machado Louro.

De acordo com o Notícias da TV, a decisão chama a atenção porque o caso não está sob segredo de Justiça, e liminares para impedir a exibição de reportagens sobre a investigação jamais foram concedidas anteriormente. Além disso, o site também revelou que a Globo já recorreu da decisão e que, por enquanto, suspendeu as chamadas do Linha Direta na programação.

Vale citar que, nos bastidores, a decisão contra a Globo é vista como censura prévia, algo considerado inconstitucional e que já foi derrubado em entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal), além de ser proibido pela constituição federal de 1988.

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