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Carnaval 2023

Carnaval: relembre os 7 desfiles mais marcantes de todos os tempos

Além disso, saiba como surgiram os desfiles de Carnaval no Brasil

Carnaval: relembre os 7 desfiles mais marcantes de todos os tempos - Imagem: reprodução YouTube / UOL / R7 / ComunicaAM / CN1 Brasil
Carnaval: relembre os 7 desfiles mais marcantes de todos os tempos - Imagem: reprodução YouTube / UOL / R7 / ComunicaAM / CN1 Brasil

Vitória Tedeschi Publicado em 21/02/2023, às 08h00


A época do Carnaval chegou e os fãs da folia estão felizes! Tem quem curta os bloquinhos de rua, os que só ligam para o feriado e aproveitam para viajar e, claro, os que esperam ansiosamente pelos famosos desfiles de Escolas de Samba - deu pra escutar daí a voz em tom forte falando: "Nota... 10!", né?

No entanto, para quem gosta, é importante saber que os desfiles de Escola de Samba, muito típicos atualmente, demoraram a fazer parte da festa. Vem com a gente para uma viagem no tempo pela história do Carnaval.

A origem do Carnaval é bem antiga, mas, de acordo com o UOL, as Escolas de Samba surgiram como associações populares em bairros populares e subúrbios da cidade do Rio de Janeiro, sendo a Deixa Falar, a primeira escola de samba da história de nosso país, surgida em 1920.

Na verdade, na época, a Deixa era considerada mais um bloco de Carnaval. Mas, após os anos 30, foi chamada de a primeira Escola de Samba por reunir todos os elementos que hoje fazem parte de qualquer escola de samba. Seus fundadores, inclusive, ajudaram a definir o ritmo do samba como conhecemos.

As escolas de samba adquiriram características de outras práticas do Carnaval brasileiro do começo do século XX e, na década de 1930, os desfiles deram origem a um campeonato.

Atualmente, a disputa existente entre as escolas de samba é um dos principais atrativos do Carnaval brasileiro, sobretudo, as que são realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

De acordo com o blog do Tudo Gostoso, no começo, as festas que antecediam a 'Quarta-Feira de Cinzas' sequer eram acompanhadas por música. Depois começaram a ser acompanhadas por batuques, e eventualmente músicos passaram a se reunir para tocar e compor.

A primeira grande música que conhecemos como samba, "Pelo Telefone", foi composta em 1916 e fez sucesso no Carnaval de 1917.

Relembre "Pelo Telefone":

Foi após o sucesso de "Pelo Telefone" e da criação da Deixa Falar, que outras agremiações surgiram a partir de rodas de samba em outros bairros cariocas.

Logo no começo, outras duas bem familiares se destacaram. A primeira foi o Conjunto Carnavalesco Osvaldo Cruz, bloco de Carnaval que se tornou uma Escola de Samba com nome de Vai Como Pode, antigo nome da Portela; e a Estação Primeira, conhecido nome da Mangueira.

Depois de alguns "concursos de samba" entre as Escolas pioneiras, o jornalista Mário Filho, dono do jornal de esportes "Mundo Sportivo" e imortalizado pelo nome do estádio Maracanã, vendo o potencial do evento foi o responsável por organizar o primeiro desfile de Escolas de Samba do Rio de Janeiro em 1932.

Já em São Paulo, outro polo dos desfiles, as Escolas de Samba, apareceram nos anos 1930. Dizem que a primeira criada nesses moldes foi a Lavapés em 1937, em atividade até hoje.

Pouco depois as agremiações paulistas já começaram seus próprios desfiles, que só foram oficializados pelo governo décadas depois, em 1968.

Relembre abaixo os 7 desfiles mais marcantes da história do Carnaval:

1- Imperatriz Leopoldinense - "Catarina de Médicis na Corte dos Tupinambôs e Tabajères"

Em 1994, o enredo de Rosa Magalhães levou o indígena para o centro da avenida, e buscou na França do século XVI uma festa oferecida por Henrique II e Catarina de Médici, em que indígenas brasileiros foram transportados para o país europeu com o objetivo de representarem na festa seus hábitos e costumes.

A tradicional comissão de frente da escola de Ramos mais uma vez impressionou pelo luxo e efeito provocado pela evolução, quando abriram seus leques em verde e dourado. A Imperatriz Leopoldinense foi a campeã do Carnaval daquele ano.

2- Vai-Vai - "A Música Venceu"

Foi em 2011 que, mostrando que "A música venceu" em seu enredo, a escola do povo levou para a Avenida a história de vida e de superação do maestro João Carlos Martins. Embalada por um dos melhores e mais emocionantes sambas-enredos da década, a Saracura foi a penúltima a desfilar na sexta-feira, com o sol já raiando.

A obra musical misturava todo o lirismo que o enredo pedia com a garra característica do exemplo de comunidade da Bela Vista. Ambos os aspectos deram o tom para arrebatar o Anhembi.

A Comissão de Frente foi destaque na apresentação, com elementos que lembravam a obra de Salvador Dalí. Ela trouxe ainda símbolos que marcaram a vida do artista como a música, a política, as mulheres e o futebol.

Na parte musical, a bateria comandada pelo Mestre Tadeu também brilhou com seus 300 ritmistas e o samba defendido pelo carro de som comandado pelo intérprete Wander Pires. Eles ajudaram a conduzir a preta e branca para seu 14º título do Carnaval de São Paulo.

3- Mocidade Alegre - "Ojuobá – No Céu, os Olhos o Rei... Na Terra, a Morada dos Milagres... No Coração, um Obá Muito Amado!"

Em 2013 houve a comemoração do centenário de nascimento do baiano Jorge Amado, quando a Mocidade Alegre criou um enredo baseado em Tenda dos Milagres, livro que era o favorito do escritor.

Vale lembrar que no ano anterior, em janeiro 2012, a escola havia enfrentado um incêndio que atingiu o barracão no qual algumas alegorias e esculturas foram danificadas.

A diretoria e a comunidade se uniram para terminar o Carnaval e mesmo com o contratempo a agremiação do bairro do Limão apresentou um magnífico desfile.

4- Unidos de Vila Isabel - "A Vila Canta o Brasil Celeiro do Mundo – Água no Feijão, que Chegou mais um"

Em 2013 a Vila desfilou no dia do aniversário de um dos seus ícones: Martinho da Vila, que na ocasião completava 75 anos. E foi o samba de Martinho em parceria com Arlindo Cruz, André Diniz, Leonel e Tunico da Vila, que empolgou a Sapucaí e marcou a história do Carnaval.

O enredo desenvolvido pela Carnavalesca Rosa Magalhães animou a todos desde o início da apresentação da escola. A comissão de frente era formada por componentes em um tripé em forma de caixote, que faziam vários movimentos com um controle remoto.

A escola de Marinho ficou em 1º lugar e deu de presente para artista o campeonato do Grupo Especial como presente de aniversário.

5- Paraíso do Tuiuti - "Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?"

Já em 2018, o Paraíso do Tuiuti surpreendeu ao levar para avenida uma crítica socialemocionante que lhe garantiu o vice-campeonato, a melhor colocação da agremiação entre as grandes.

A escola de São Cristóvão gerou comoção em todo país ao recontar a história da escravidão no Brasil e fazer crítica ao racismo e às dificuldades dos trabalhadores brasileiros nos tempos autuais.

O Carnavalesco Jack Vasconcelos, responsável pelo enredo, também levou para avenida um ala em que os operários seguravam uma carteira de trabalho como escudo em tom crítico à reforma trabalhista.

Fechando o desfile a escola levava em seu último carro alegórico o inesquecível "Presidente Vampiro", que representava o presidente, à época, Michel Temer.

6- Gaviões da Fiel - "A saliva do santo e o veneno da serpente"

Em 2019, Os Gaviões da Fiel, tentando voltar aos seus tempos de ouro quando sempre eram os donos das primeiras posições, decidiram apostar em uma reedição do enredo de 1994, que naquele ano os levou ao vice-campeonato.

Assim, o desfile contou a história, as lendas, os benefícios e malefícios do tabaco. A trilha sonora do desfile foi a principal atração. O samba-enredo é até hoje cantado pela torcida do Corinthians nos estádios, construindo sua grande popularidade. "Sarava, saravá, salve o santo guerreiro" foi entoado pela arquibancada no Sambódromo, fortalecendo ainda mais a apresentação.

Apesar disso, a grande emoção do desfile não foi o suficiente para conquistar integralmente o polêmico júri paulistano, que deu apenas o 9º lugar a Gaviões.

7- Mancha Verde - "Planeta Água"

Já no último Carnaval, em 2022, a Mancha Verde foi a grande campeã do Carnaval de São Paulo. E com a conquista de 2019 garantiu o bicampeonato.

Com o enredo "Planeta Água", a Mancha refletiu sobre a importância da preservação e valorização da água não apenas para a natureza, como também para rituais de várias religiões.

O enredo contado de forma não linear retratou personagens e histórias ligadas às águas, doce e salgada, como as iabás Oxum e Iemanjá, a folclórica Iara, mãe-d’água, e até mesmo Nossa Senhora Aparecida e o pescador, interpretados pelo primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcelo e Adriana.

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