A imagem da levantadora Roberta beijando a medalha de prata no pódio das Olimpíadas de Tóquio foi uma das mais icônica desta edição da competição. Aos 31
Redação Publicado em 29/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h58
A imagem da levantadora Roberta beijando a medalha de prata no pódio das Olimpíadas de Tóquio foi uma das mais icônica desta edição da competição. Aos 31 anos, ela afirma que o resultado da seleção brasileira de vôlei no Japão serviu para que se sentisse mais confiante, mais segura e merecedora de figurar entre as 12 medalhistas olímpicas. Aos 31 anos e prestes a estrear pelo time polonês do Lodz, a atleta é a convidada desta semana do podcast “Na rede com Nalbert”.
Direto da Europa, onde chegou há menos de uma semana, Roberta bateu um papo com o capitão e com João Gabriel Rodrigues, produtor de conteúdo da Globo, relembrando a campanha olímpica e o que significou se tornar medalhista olímpica.
– As coisas mudaram mesmo. Agora é Roberta, medalhista olímpica. Muita gente quer entender como foi tudo aquilo, como foi depois do jogo em que a Macris se machucou. Quando acabou a Olimpíada alguns pensamentos se solidificaram, sabe? Pensei que se o Zé (Roberto Guimarães, técnico da seleção) me escolheu para estar entre as 12 é porque eu tinha algo especial para estar ali. Não sou um fenômeno como a Fernanda Venturini ou a Fofão, sei que preciso treinar muito – então essa questão me fez sentir muito mais confiante, me fez amadurecer – diz.
Sobre o beijo na medalha prateada, que marcou a campanha do Brasil no Japão, a levantadora lembra com carinho do gesto.
– Quando a gente perdeu aquele jogo, eu tive muitas sensações. Depois do jogo teve a frustração não só pela derrota, mas por saber que poderíamos ter jogado melhor. Depois, enquanto me vestia para ir para o pódio pensei que ganhar uma medalha olímpica era para poucos e quanto era importante isso. Enquanto íamos em direção ao pódio, olhei para a bandeja de medalha dos Estados Unidos e pensei “Cara, como essa medalha é bonita”, mas quando a Gabizinha colocou a medalha em mim passou um filme, em tantas coisas que fiz para estar ali, e pensei “Eu sou a Roberta, sou medalhista olímpica”. E beijei a medalha – contou.
Roberta falou também sobre seu comportamento em quadra, de uma jogadora menos explosiva que as companheiras.
-Todas as bolas do jogo passam pelas minhas mãos, acho que preciso estar focada e sempre tento demonstrar a mesma postura. Mas acho que hoje não sou mais vista como a jogadora que abaixa a cabeça para tudo. Falam que eu não sorrio, não falo em quadra, mas não é verdade. Eu tenho meu jeito, procuro ajudar minhas jogadoras e sei que tenho uma responsabilidade muito alta. Não me vejo como a Roberta de uns anos atrás – ressalta.
Outro ponto alto da entrevista aconteceu quando Roberta lembrou da lesão de Macris, que torceu o tornozelo no jogo da etapa classificatória conta o Japão.
– Na hora eu não pensei “Nossa, será que vou ter que entrar?”, eu pensei “Será que foi grave?” A Macris ficou bem nervosa, o time e o Zé também. No jogo em que eu tive que começar jogando (contra a Sérvia) eu estava um pouco nervosa, mas depois foquei e pensei “Cara, vou sair jogando numa Olimpíada, vou me divertir! Naquele dia eu estava muito concentrada” – lembra.
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