A retomada de todas as aulas e atividades presenciais nos campi da Unicamp na manhã desta segunda-feira (14), após hiato de dois anos, coloca em prática uma
Redação Publicado em 14/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 09h22
A retomada de todas as aulas e atividades presenciais nos campi da Unicamp na manhã desta segunda-feira (14), após hiato de dois anos, coloca em prática uma série de protocolos sanitários contra a Covid-19 implementados desde meados do ano passado pela universidade estadual. A lista inclui comprovação de esquema vacinal, fim do cafezinho no restaurante universitário, aulas em “salas gêmeas” e uso de sinalizações para orientar distanciamento social de 1 metro. Veja abaixo detalhes.
Segundo a universidade, alunos de graduação, pós, extensão e de colégios técnicos que possam receber a vacina, conforme programa de imunização do estado, devem comprovar o chamado “esquema vacinal completo (duas doses ou dose única)” – embora a importância da dose de reforço já tenha sido reiterada por autoridades de saúde – para frequentar salas, laboratórios, restaurantes, bibliotecas, quadras esportivas, ambientes acadêmicos, moradia estudantil e outras áreas dos campi.
Já os estudantes ingressantes, por outro lado, precisam apresentar a comprovação de, no mínimo, uma dose de vacina contra a Covid-19 para realizar matrícula. A regra vale para todos os níveis.
“Caso haja impossibilidade de receber o imunizante por motivo de saúde, caberá ao aluno apresentar atestado médico. Alunos regulares de graduação e pós-graduação deverão apresentar seus comprovantes de forma online junto ao e-DAC (diretoria acadêmica); alunos dos cursos de extensão, junto às secretarias das unidades; alunos dos colégios técnicos, junto às suas secretarias”, diz a nota.
O g1 solicitou na sexta-feira para a Unicamp uma atualização sobre quantos estudantes, professores e funcionários técnico-administrativos comprovaram o esquema exigido, mas não houve resposta. Há um mês, porém, a reportagem recebeu os seguintes dados da assessoria da instituição, onde são desconsiderados os ingressantes de 2022 porque fizeram eles fizeram as matrículas posteriormente:
Comprovação do esquema vacinal
De acordo com a Unicamp, os funcionários e docentes precisam comprovar a situação via sistema informatizado da Diretoria Geral de Recursos Humanos (DGRH) – Vida Funcional Online. Em setembro do ano passado, a universidade publicou uma instrução normativa onde prevê até suspensão de pagamento do salário, caso a comprovação da imunização deixe de ser feita e justificada.
Além de colocar separações de acrílico entre os lugares disponíveis para refeições nos restaurantes universitários, a Unicamp também decidiu alterar, por meio de resolução, a forma de distribuir as refeições na pandemia: a bandeja/prato será entregue com todos os itens do cardápio do dia, sem a possibilidade de escolha dos itens. Além disso, o texto estabelece que não são permitidas repetições e não haverá suco, nem cafezinho na saída “em função do fluxo linear dentro dos restaurantes”.
Unicamp prepara volta às aulas presenciais — Foto: Antoninho Perri / Unicamp
A medida repercutiu entre os estudantes, que chegaram a fazer brincadeiras em redes sociais, mas também criticaram. Coordenadora da gestão no Diretório Central dos Estudantes (DCE), Cecília Ciochetti considerou que, embora o propósito das limitações seja evitar o risco de transmissão da Covid-19, ela implica em problemas para quem faz a refeição no restaurante universitário.
“Não poder escolher o que vai no prato tira a autonomia do que ela vai comer e quanto. O suco faz parte de uma alimentação completa, de qualquer forma as pessoas vão beber alguma coisa, e o cafezinho na saída é a mesma coisa. Justifica menos ainda porque já está no espaço aberto, pega e vai embora. A forma como são as refeições do bandejão também são conquistas estudantis e pra gente é de alguma forma um retrocesso”, falou ao ponderar que para ela “faz mais sentido” a universidade reforçar orientações sobre distanciamento social e uso de máscara na fila.
O g1 também questionou a Unicamp sobre as queixas, na sexta, mas não houve retorno.
O planejamento divulgado pela Unicamp passa pela garantia de distribuição de álcool em gel e máscaras dos tipos N94 ou PFF2 para todos os integrantes da comunidade acadêmica. Os itens são parte de um investimento na casa de R$ 189 milhões que a universidade separou para melhorias de infraestrutura e garantir o retorno das aulas presenciais. Deste total, R$ 101 milhões são na assistência e permanência estudantil, sendo quase metade destinada para as bolsas acadêmicas e sociais.
O distanciamento social que chegou a ser previsto inicialmente em 1,5 metro foi reduzido para 1 metro.
A universidade explicou que R$ 25 milhões são direcionados ao processo de retomada, aplicados da seguinte forma: reestruturação dos restaurantes, adaptação de espaços de ensino e convivência, compra dos equipamentos de proteção individual e infraestrutura tecnológica, além de acréscimos contratuais para serviços de higienização de ambientes. Além disso, mais R$ 22,6 milhões são voltados para a modernização, incluindo a manutenção dos softwares corporativos, além dos projetos de digitalização e virtualização da universidade, e renovação do parque computacional.
Computadores separados em laboratório da Unicamp — Foto: Faculdade de Engenharia de Alimentos/Unicamp
Embora a maioria das medidas sanitárias tenham sido elogiadas pelos estudantes, a proposta da Unicamp para usar “salas gêmeas” também gerou queixas de parte da comunidade em redes sociais.
A iniciativa chegou a ser comparada a um ensino a distância (EaD) presencial porque a universidade, em meio à reorganização de espaços, identificou que 22% dos espaços não conseguem abrigar o total de estudantes previstos nas disciplinas, de forma a manter cuidados sanitários.
Com isso, a instituição comprou 220 robôs para filmagem e transmissão em tempo real, e prevê uso deles para aulas de mesmo conteúdo em duas salas, em sistema de rotatividade entre os estudantes. Além disso, a assessoria da Unicamp alegou que o recurso deve valer para até 25% das disciplinas.
“O retorno presencial é fundamental para que o processo formativo completo de nossos discentes seja realizado. Implica na vivência acadêmica no campus em todas as suas possibilidades: a realização de atividades de pesquisa e de extensão; a participação em eventos acadêmicos, o uso de laboratórios e outros espaços de experimentação e prática. Assim, o retorno seguro […] garante benefícios pedagógicos e formativos que extrapolam em muito aquilo que foi possível fazer no ensino remoto, aplicado durante o período de suspensão das atividades presenciais”, diz nota da assessoria.
No site oficial, a universidade também publicou um protocolo rápido de orientações sobre o que a comunidade interna deve fazer em caso de sintomas da Covid-19, teste positivo, contato com alguém infectado e a indicação de contatos para tirar dúvidas e receber outras orientações. Veja aqui detalhes.
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G1
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