As energias renováveis devem ultrapassar o consumo de eletricidade neste ano
Mateus Omena Publicado em 21/07/2022, às 11h06
A demanda por eletricidade sofreu uma expressiva queda no mundo inteiro em 2022, apontou a Agência Internacional de Energia (AIE) na quarta-feira (20).
De acordo com a entidade, esse fenômeno resulta da redução da atividade econômica e da alta dos preços ao redor do planeta, o que, por outro lado, pode levar a uma pequena diminuição das emissões de gases de efeito estufa do setor, apesar da manutenção do carvão.
A agência France Press (AFP) informou que há previsão de crescimento das capacidades das energias renováveis, solar e eólica, para este ano e que elas devem ultrapassar o consumo de eletricidade.
Estima-se que as emissões de dióxido de carbono (CO2) da produção de eletricidade devem sofrer uma redução em relação ao pico atingido em 2021. Mas, esse movimento acontece em contramão ao retorno do uso do carvão em alguns países, sinalizou o relatório da AIE sobre os mercados de eletricidade. De qualquer maneira, o cenário não é tão otimista quanto parece, pois a redução das emissões seria ínfima, nem chegando a 1%.
Para 2022, a demanda de energia elétrica terá crescimento de 2,4%, em comparação com um aumento de 6% em 2021, ano da recuperação pós-pandemia, de acordo com a projeção da AIE. Esse número leva o mundo a um crescimento semelhante ao momento pré-Covid-19.
Também há previsões de que as fontes de eletricidade renováveis conquistem mais protagonismo no setor ao redor do mundo, com um aumento de mais de 10% em 2022, em razão do nível recorde de novas instalações. Em contrapartida, o volume de eletricidade produzido a partir de combustíveis fósseis deve diminuir globalmente em 1%.
O mesmo efeito será percebido na energia nuclear, cuja produção deve atenuar em 3%. Mesmo assim, um fator que vem trazendo preocupações ao setor de renováveis é a alta demanda do carvão em diversas nações, devido aos elevados preços do gás e às dificuldades de abastecimento provocadas pela guerra entre Ucrânia e Rússia.
Nesse sentido, o carvão dificilmente deixará seu protagonismo na produção de energia elétrica, pois espera-se que sua participação cresça a nível mundial em 2022. Contudo, a China, como a segunda maior potência econômica do mundo, vem estimulando o desuso dessa fonte poluente e concentrando suas atenções às energias renováveis. Quanto ao gás, a sua contribuição na geração de eletricidade deve diminuir 2,6% em todo o mundo.
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