A busca por acordos comerciais independentes do Mercosul pode afetar setores como o automotivo, agravando a recessão argentina em 2024
Marina Milani Publicado em 15/12/2023, às 08h45
O presidente argentino, Javier Milei, deu início ao tão anunciado choque econômico ao apresentar o "Plano Motosserra", um conjunto abrangente de medidas de ajuste fiscal destinado a enfrentar a crise econômica no país. O pacote inclui uma série de decisões que podem impactar significativamente as relações comerciais com o Brasil.
Uma das medidas destacadas é o aumento temporário do imposto de importação, conhecido como "Pais", que incide sobre a compra de dólares. Esse aumento pode afetar o fluxo de vendas do Brasil para a Argentina, que é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Em 2023, as exportações brasileiras para a Argentina totalizaram mais de US$ 15,8 bilhões, abrangendo produtos como soja, automóveis, autopeças e energia elétrica.
Além das implicações no comércio bilateral, o plano também visa abordar questões internas na Argentina, como a inflação crescente e desafios econômicos. Algumas das medidas incluem o fim de subsídios à energia e aos transportes, que, por sua vez, resultarão em aumentos nas contas de luz e gás, bem como nas tarifas de trens e ônibus.
Especialistas apontam que, no curto prazo, a Argentina enfrentará um aumento significativo na taxa de inflação, atualmente em torno de 160%. Isso ocorrerá principalmente devido à desvalorização do peso em relação ao dólar e à eliminação dos subsídios públicos que mantinham os preços regulados em setores-chave. O economista Roberto Luis Troster descreve o "Plano Motosserra" como um ajuste fiscal robusto, que também envolve a redução de ministérios, corte de verbas publicitárias e suspensão de licitações para obras públicas.
Troster ressalta que, embora as medidas possam inicialmente impactar a inflação, elas têm o potencial de gerar retornos positivos a longo prazo se conseguirem atrair investimentos e generosidade de credores externos. O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, endossa a necessidade de desvalorização cambial para eliminar cotações paralelas, mas alerta que o ajuste será doloroso e pode aprofundar a recessão argentina em 2024.
Outro ponto de atenção é a intenção de Milei de buscar acordos comerciais sem depender exclusivamente do Mercosul. Esse movimento pode impactar setores específicos, como o automotivo, que já enfrenta desafios, incluindo a perda para o México do posto de principal comprador de automóveis brasileiros pela Argentina em 2023.
No turismo, a desvalorização do peso argentino em relação ao dólar torna as viagens mais atrativas para os turistas brasileiros, consolidando Buenos Aires como um dos destinos preferidos em 2023.
Em resumo, o "Plano Motosserra" representa uma série de medidas audaciosas por parte do presidente argentino para reverter a situação econômica do país, com implicações significativas nas relações comerciais com o Brasil e efeitos que se estendem além das fronteiras.
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