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O cenário por trás do fechamento das lojas de renomadas marcas do varejo no Brasil

Desde janeiro, sete empresas encerraram as operações de mais de 110 estabelecimentos comerciais, e há a promessa de fechamento de outros cem

Imagem: Reprodução | TV Globo
Imagem: Reprodução | TV Globo

Marina Roveda Publicado em 22/05/2023, às 07h57


Notícias sobre o fechamento de lojas têm se tornado cada vez mais comuns. Desde janeiro, varejistas tradicionais no mercado brasileiro fecharam mais de 110 pontos comerciais e anunciaram o encerramento de outros cem nos próximos meses. Esse alto número de fechamentos está relacionado ao endividamento das empresas e ao aumento dos pedidos de falência e recuperação judicial.

Apesar das dificuldades financeiras, as empresas explicam que o fechamento de lojas faz parte de uma estratégia comum no varejo, que requer uma constante reavaliação do desempenho dos pontos de venda. Especialistas consultados pela reportagem do R7 destacam que diversos fatores influenciam na decisão de encerrar as operações desses estabelecimentos, incluindo problemas internos na gestão das empresas, aspectos econômicos e mudanças no comportamento dos consumidores.

A primeira crise a surgir este ano foi a da Americanas, na primeira quinzena de janeiro. Antes de entrar em recuperação judicial, a empresa afirmava ter 1.863 lojas em todo o país, excluindo as 1.300 unidades das marcas BR Mania e Local, abertas em parceria com a Vibra. Entre janeiro e março, a varejista, que possui uma dívida de R$ 42,5 bilhões, fechou 17 de suas unidades, número que, segundo analistas de mercado, agora já ultrapassa 20.

Até o momento, a empresa não anunciou quantas lojas pretende manter em funcionamento, mas estima-se que cerca de 4% das unidades serão fechadas ainda este ano, o que corresponde a um pouco mais de 70 estabelecimentos.

A crise enfrentada pela Americanas afastou os consumidores, tanto das lojas físicas quanto do comércio eletrônico. Documentos do processo de recuperação judicial mostram que o faturamento dos canais online caiu 7,7 vezes entre novembro de 2022 e fevereiro de 2023, passando de R$ 1,4 bilhão para R$ 180 milhões. A empresa possui quase 10 mil credores, incluindo 12 bancos, e sua dívida com essas instituições é de R$ 26,4 bilhões.

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