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Mesmo sem ser banqueiro, aprenda a poupar seu dinheiro

Passei muitos anos me comportando da mesma maneira, sempre com a desculpa de que o dinheiro não sobrava no fim do mês. E aí está o primeiro grande erro: se

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Redação Publicado em 13/11/2016, às 00h00 - Atualizado às 16h39


Mesmo sem ser banqueiro, aprenda a cuidar do seu capital financeiro

Eu venho de uma família de poucos recursos, mas que sempre investiu o que podia na educação dos filhos. Meu pai enfrentou um longo período de desemprego quando eu era criança, mas não perdia a esportiva. Costumava usar um ditado que justificava a dificuldade de fazer uma poupança, mesmo quando a situação dava uma folguinha: dinheiro é redondo para rodar…

Passei muitos anos me comportando da mesma maneira, sempre com a desculpa de que o dinheiro não sobrava no fim do mês. E aí está o primeiro grande erro: se você não tiver disciplina para guardar assim que o dinheiro entra, pode ter certeza de que não só ele não vai sobrar como, com frequência, vai faltar! Portanto, a primeira providência é “pagar a você mesmo” e separar uma reserva, mesmo que modesta, para ser aplicada.

Minha amiga Mara Luquet, jornalista de finanças pessoais e autora de “O futuro é…”, me ensinou uma regra simples para mapear desperdícios nos gastos. O importante é ter disciplina para anotar TODAS as despesas que se faz, de preferência diariamente. Não pode esquecer nem o cafezinho, nem a pipoca. Pode ser uma planilha ou, se achar complicado, um caderno serve.

O primeiro grande grupo que você vai listar é o das despesas fixas: aluguel, condomínio, plano de saúde, escola de filhos ou faculdade. O segundo grupo é das despesas variáveis, que têm oscilações mês a mês: luz, gás, telefone, mercado, farmácia, gastos com animais domésticos. O terceiro grupo é o das despesas arbitrárias, exatamente onde mora o perigo: cartões de crédito, lanches, restaurantes, uma roupinha aqui, um chope ali. É impressionante, quando se anota tudo, como a gente descobre que até um vidrinho de esmalte – que somado com uma pizza e uma fezinha na loteria – vai longe. É nesse grupo que você deve tomar as primeiras providências de enxugamento. Depois se debruce sobre as despesas variáveis e, por fim, sobre as fixas.

Um carro, por exemplo, é um bem que sai muito caro: combustível, seguro, IPVA, revisões, estacionamento… Vivemos numa sociedade consumista, que produz continuamente desejos artificiais de compra, mas esse roteiro ignora a sustentabilidade: do bolso de cada indivíduo e do planeta. O planejamento das finanças tem que ser objetivo. Se você gasta mais do que ganha, tem que renegociar suas dívidas e fazer os ajustes para ficar no azul. Depois é hora de começar a guardar, como uma boa formiga que faz contas e sabe que o dinheiro da aposentadoria não será suficiente para uma maturidade mais tranquila.

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