Diário de São Paulo
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"Neno"

Mais de 2,5 milhões de mulheres não trabalham devido ao cuidado com a família ou ao lar

Cerca de 4,7 milhões de mulheres pretas ou pardas e 2,1 milhões de brancas não estudam e nem estão ocupadas

Mais de 10 milhões de jovens "nem-nem" no Brasil em 2022, sendo 63,4% mulheres - Imagem: Divulgação / Governo do Estado do Mato Grosso do Sul
Mais de 10 milhões de jovens "nem-nem" no Brasil em 2022, sendo 63,4% mulheres - Imagem: Divulgação / Governo do Estado do Mato Grosso do Sul

Marina Roveda Publicado em 07/12/2023, às 07h33


Segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2023 do IBGE, mais de 10,8 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos não estudavam nem estavam ocupados em 2022, sendo 63,4% mulheres. A pesquisa, que analisa as condições de vida da população, destaca que apesar de uma queda de 14,3% em relação ao ano anterior, o padrão demográfico dos chamados "Neno" (nem estudam, nem estão ocupados) continua sem alteração.

Entre os jovens "Neno", 4,7 milhões são mulheres pretas ou pardas, e 2,1 milhões são brancas. O principal motivo para as mulheres saírem do mercado de trabalho foi o cuidado com afazeres domésticos ou familiares, mencionado por mais de 2 milhões delas. Comparativamente, apenas 80 mil homens alegaram razões similares, com a principal sendo problemas de saúde (420 mil).

A pesquisa também destaca desigualdades raciais e de gênero no mercado de trabalho. Os rendimentos de profissionais brancos são 61,4% maiores por hora trabalhada que os de pretos e pardos. Apesar da subutilização atingir 16,8% dos homens, a taxa sobe para 25,9% entre as mulheres. Além disso, as mulheres negras compõem o maior percentual de informalidade no mercado de trabalho, com 46,8% das profissionais.

Gênero e razão para a ausência no mercado de trabalho:

Mais de 2 milhões de mulheres mencionaram afazeres domésticos e cuidados familiares como razão principal para não buscarem trabalho, contrastando com os 80 mil homens que alegaram motivos semelhantes.

Entre os homens, problemas de saúde foram o principal impedimento, com 420 mil mencionando essa razão, indicando uma discrepância significativa entre os gêneros na motivação para não ingressar no mercado de trabalho.

Desigualdades raciais no mercado de trabalho:

A persistência de diferenças raciais no rendimento é destacada, com profissionais brancos ganhando 61,4% a mais por hora trabalhada do que pretos e pardos. Essa disparidade é observada em todos os níveis de instrução.

A distribuição de atividades de trabalho ainda reflete desigualdades, com brancos sendo majoritários em setores como Informação e Serviços Financeiros, enquanto pretos e pardos são mais numerosos em áreas como Serviços Domésticos, Construção e Agropecuária.

Mercado de Trabalho Informal:

As mulheres negras lideram a informalidade no mercado de trabalho, com 46,8% delas em ocupações informais. Essa taxa é significativamente mais alta do que as mulheres brancas (34,5%) e homens brancos (33,3%).

Desafios educacionais:

Considerando que o grupo "Neno" inclui jovens que não estudam, é essencial abordar desafios educacionais para garantir oportunidades mais equitativas. A análise dos dados educacionais desse grupo pode fornecer insights sobre lacunas e áreas para intervenção.

Taxa de subutilização:

A taxa composta de subutilização destaca desigualdades, com mulheres e pessoas de cor ou raça preta ou parda apresentando índices mais elevados. 

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