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IPCA acelera 0,67% em junho e impacta diversos produtos e serviços; veja o que ficou mais caro

A alta da inflação é a maior para o período desde 2018, quando a taxa ficou em 1,26%, segundo pesquisa do IBGE

Imagem IPCA acelera 0,67% em junho e impacta diversos produtos e serviços; veja o que ficou mais caro

Mateus Omena Publicado em 08/07/2022, às 00h00 - Atualizado às 14h01


O Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação do país, acelerou 0,67% em junho, depois de ter aumentado em 0,47% em maio, apontou nesta sexta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta da inflação é a maior para o período desde 2018, quando a taxa ficou em 1,26%.

O levantamento também afirmou que, no ano, a inflação acumulada chegou a 5,49% – o maior resultado nos seis primeiros meses do ano desde 2015, quando a taxa era de 6,17%.

Em um período de 12 meses, a inflação também aumentou para 11,89%, levando em conta que nos 12 meses anteriores a taxa alcançou a marca dos 11,73%.

Neste cenário, o Brasil vive há 10 meses seguidos com a inflação anual acelerando acima dos dois dígitos e mais de duas vezes acima do teto da meta oficial para 2022.

Mesmo sendo menor do que a taxa de abril, ainflação acumulada em 12 meses é considerada a maior para junho desde 2003, quando se encontrava em 16,57%.

Itens impactados

O estudo realizado pelo IBGE mostrou que todos os nove grupos de produtos e serviços analisados registraram alta de preços em junho.

A maior variação foi identificada entre os itens do grupo de Vestuário, com alta de 1,67%. Mas, o maior impacto foi notado em Alimentação e bebidas (0,80%), com 0,17 ponto percentual do IPCA do mês.

Veja quanto os grupos pesquisados encareceram:

Alimentação e bebidas: 0,80%
Habitação: 0,41%
Artigos de residência: 0,55%
Vestuário: 1,67%
Transportes: 0,57%
Saúde e cuidados pessoais: 1,24%
Despesas pessoais: 0,49%
Educação: 0,09%
Comunicação: 0,16%

Contudo, o instituto alegou que a inflação teve menor espalhamento entre os grupos, já que sua difusão desacelerou de 72% em maio para 67% em junho.

Nesse sentido, dos 377 produtos e serviços analisados pela pesquisa, 252 tiveram ficaram mais caros no último mês. Em maio, a alta dos preços atingiu 271 deles.

Em relação aos serviços, o IPCA teve alta de 0,85% em maio para 0,90% em junho. Já o acumulado em 12 meses chegou a 8,73%.

O item mais caro nessa categoria foi a passagem aérea, que teve alta de 11,32%, resultado inferior ao de maio (18,33%).

Em seguida, aparecem os serviços de streaming, com alta de 8,08%. Na sequência, surgem os serviços de seguro voluntário de veículo (4,16%) e de costureira (2,80%).

O levantamento indicou também que pelo menos seis serviços registraram variação negativa entre maio e junho, ou seja, a deflação.

Entre eles há: mudança (-3,14%), aluguel de veículo (-2,44%), transporte por aplicativo -2,01%), despachante (-1,53%), depilação (-0,56%) e tratamento de animais (-0,44%).

O terror dos consumidores

De acordo com a pesquisa, alguns itens se tornaram os vilões da inflação por registrarem o maior impacto individual para junho.

Em primeiro lugar, destaca-se o plano de saúde (2,99%), que representou 0,10 ponto percentual do IPCA do mês. Isso acontece devido ao reajuste de até 15,5% para os planos individuais sancionado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no final de maio.

Na categoria transportes, as passagens aéreas dispararam 11,32%, acumulando alta de 122,40% em 12 meses.

Já nos combustíveis, o óleo diesel ficou 3,82% mais caro, embora a gasolina tenha apresentado queda de 0,72% , assim como o etanol em 6,41%. Houve recuou também na energia elétrica (-1,17%), na comparação de junho com maio.

No entanto, os alimentos estão entre os itens que mais pesaram no bolso dos consumidores, gerando apreensão generalizada.

A maior variação foi no leite longa vida (10,72%) e no feijão-carioca (9,74%). Contudo, houve recuo nos preços da cenoura (-23,36%), cebola (-7,06%), batata-inglesa (-3,47%) e do tomate (-2,70%).

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