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Com apoio do TCU, BNDES vai desenvolver manual de procedimentos para financiar exportações

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai desenvolver com o Tribunal de Contas da União (TCU) um manual de procedimentos para

Com apoio do TCU, BNDES vai desenvolver manual de procedimentos para financiar exportações
Com apoio do TCU, BNDES vai desenvolver manual de procedimentos para financiar exportações

Redação Publicado em 15/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h53


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai desenvolver com o Tribunal de Contas da União (TCU) um manual de procedimentos para financiar as exportações do país. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (15) pelo presidente do banco de fomento, Dyogo Oliveira, durante evento no Rio de Janeiro.

Em discurso destinado a empresários do setor de comércio exterior, Oliveira defendeu a necessidade de ampliar o sistema brasileiro de suporte às exportações que é pequeno na comparação com outros países.

“A China, por exemplo, tem 19% das suas exportações apoiadas pelas suas agências. A Coreia tem 48%, o Japão, 15%, o Canada, 18%, e nós temos 3%”, disse Oliveira ao justificar a necessidade de ampliar o sistema brasileiro.

Segundo Oliveira, o manual que o banco pretende desenvolver junto ao TCU terá como objetivo principal dar transparência às operações do banco e evitar problemas futuros com os órgãos de controle.

“Isso [a elaboração do manual] está ainda num estágio muito inicial, mas será muito importante para a continuidade das operações do banco para que não venhamos a ter depois dificuldades com os órgãos de controle”, disse Oliveira aos jornalistas após discursar no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex).

Todo o programa de exportação do banco vai passar por essa discussão junto ao TCU, segundo o presidente do BNDES. Porém, o principal foco do manual será em relação às exportações de serviços.

“É sempre bom salientar que quando a gente exporta um serviço, a gente exporta junto muito produto, muito equipamento, muita máquina. Então, isso é importante para compor a nossa pauta de exportações”, destacou Oliveira.

Foco em transparência

O presidente do BNDES adiantou ainda que será lançada, no dia 21 de agosto, uma audiência pública sobre transparências das operações do banco de fomento.

“Hoje o BNDES já divulga todas as suas transações e contratações, mas nós faremos junto com o TCU uma ampliação da divulgação dessas informações e uma facilitação de acesso para a sociedade toda poder acompanhar”, disse.

Questionado se a preocupação com a transparência tem relação com os escândalos relativos à Operação Lava Jato, Oliveira salientou que não houve nenhuma denúncia que pesasse contra o banco. Ele classificou como “surpreendente” que nenhum funcionário do banco de fomento tenha sido envolvido nos escândalos.

“Isso é muito surpreendente e muito importante, porque o BNDES é um órgão central que financiou todas essas empresas e vários projetos”, disse oliveira, acrescentando que “o BNDES vem mantendo um padrão ético elevadíssimo”.

Mudanças no FGE

Dyogo Oliveira adiantou também durante o Enaex que o BNDES pretende reestruturar o Fundo de Garantia à Exportação (FGE). Sem detalhar quais mudanças devem ser implementadas, ele enfatizou que as discussões estão em fase inicial, mas ressaltou a dificuldade de se atrelar o fundo ao orçamento da União.

“O modelo do FGE tem gerado dificuldades porque ele depende do orçamento. Então, a cada inadimplemento dentro do FGE há uma necessidade de suplementação orçamentária que, a gente sabe, hoje em dia é muito difícil de se obter. Então, nós precisamos desenvolver um sistema que não dependa a cada momento de suplementação orçamentária”, disse.

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