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Siphocampylus baccae: Conheça a planta rara e com risco de extinção encontrada em SC

Estreitamente endêmica de cachoeiras e falésias rochosas descoberta no Morro do Ipiranga em Benedito Novo, no Vale do Itajaí, a Siphocampylus baccae está

Siphocampylus
Siphocampylus

Redação Publicado em 20/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h22


Espécie, que vive na Mata Atlântica de floresta pluvial, possui caule avermelhado e a borda das folhas serrilhadas, além disso, quando o caule é quebrado há secreção de látex.

Estreitamente endêmica de cachoeiras e falésias rochosas descoberta no Morro do Ipiranga em Benedito Novo, no Vale do Itajaí, a Siphocampylus baccae está criticamente ameaçada de extinção, segundo os critérios da Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês).

Desde a descoberta em 2016, foram localizadas outras S. baccae em mais cinco cidades catarinenses.

A espécie, que vive na Mata Atlântica de floresta pluvial, possui um caule avermelhado e a borda das folhas serrilhadas. Além disso, quando o caule é quebrado, há secreção de látex.

Siphocampylus baccae  — Foto: Lauro Eduardo Bacca/ Arquivo pessoal

Siphocampylus baccae — Foto: Lauro Eduardo Bacca/ Arquivo pessoal

O nome da angiosperma da família Campanulaceae surgiu em homenagem naturalista e ecólogo Lauro Eduardo Bacca. O epíteto faz uma referência ao sobrenome.

“Quando soube que iria ser homenageado com o nome desta planta fiquei extremamente honrado. Foi uma homenagem feita por um ex-aluno da Furb [Universidade Regional de Blumenau], que já na época se revelava o maior ‘farejador’ de espécies novas para a ciência”, disse Bacca.

Siphocampylus baccae — Foto: Lauro Eduardo Bacca/ Arquivo pessoal

Siphocampylus baccae — Foto: Lauro Eduardo Bacca/ Arquivo pessoal

A homenagem ao professor foi uma das primeiras realizadas pelo biólogo mestre em botânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), consultor em curadoria do Herbário Barbosa Rodrigues em Itajaí, Luís Adriano Funez, que tem no currículo o total de 28 plantas descritas. Em coautoria do pesquisador Gustavo Hassemer, a Siphocampylus baccae foi descrita há quase cinco anos.

“Desde quando descrevemos pela primeira vez a planta, o único avanço no conhecimento foram descobertas novas populações depois da descrição. São conhecidas populações em Corupá, Garuva, Vitor Meireles, Rodeio, Ascurra e Rio dos Cedros”, afirma Funez.

Siphocampylus baccae — Foto: Lauro Eduardo Bacca/ Arquivo pessoal

Siphocampylus baccae — Foto: Lauro Eduardo Bacca/ Arquivo pessoal

De acordo com o pesquisador o grupo que a planta faz parte, das espécies de Lobelioideae, apresentam um rico repertório de substâncias químicas.

“Algumas espécies de Siphocampylus que têm demonstrado substâncias potenciais no tratamento de depressão. Outras espécies de Lobelia e Siphocampylus apresentam um alcaloide levemente narcótico chamado Lobelina, ela causa efeitos semelhantes à nicotina, mas não vicia. Então explora-se para fazer tratamento de dependentes”, explica.

Siphocampylus baccae — Foto: Lauro Eduardo Bacca/ Arquivo pessoal

Siphocampylus baccae — Foto: Lauro Eduardo Bacca/ Arquivo pessoal

A espécie está presente em duas unidades de conservação Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Emílio Fiorentino Battistella, em Corupá, no Norte catarinense, e na Área de Relevante Interesse Ecológico da Serra da Abelha, em Vitor Meireles, no Vale do Itajaí. Funez conta que há possibilidade e já cultivou a planta em vaso em casa.

“É uma planta com grande potencial como espécie ornamental. Cresce bem em vasos pêndulos, floresce o ano inteiro e ainda atrai beija-flores”, detalha.

Siphocampylus baccae  — Foto: Lauro Eduardo Bacca/ Arquivo pessoal

Siphocampylus baccae — Foto: Lauro Eduardo Bacca/ Arquivo pessoal

Conheça a Siphocampylus baccae

Siphocampylus baccae — Foto: Ben Ami Scopinho/ NSC

Siphocampylus baccae — Foto: Ben Ami Scopinho/ NSC

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Fontes: G1 – Globo.

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