O maior avião do mundo, o Antonov An-225 Mriya, vai pousar pela primeira vez no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), na segunda-feira (14). A aeronave mede 84 metros de comprimento, tem 88 metros de envergadura (distância entre a ponta das asas) e pesa 175 toneladas sem carga e combustível.
Com seis turbinas, o An-225 pode carregar até 250 toneladas no compartimento de cargas. Além disso, pode transportar itens na parte externa e superior da fuselagem. Ele é o único exemplar deste porte em atividade no mundo.
A concessionária Brasil Viracopos, que administra o aeroporto, informou que o avião, que vem do Chile, fará uma escala em Campinas para pegar uma peça que servirá de suporte para o transformador que ele carregará em Guarulhos (SP).
Depois, o cargueiro retornará novamente para Santiago, no Chile, com a encomenda. A concessionária destacou ainda que não será reservado espaço especial para o público acompanhar a chegada da aeronave.
Mesmo assim, grupos combinam nas redes sociais os melhores locais para observação do avião. Em um deles, mais de mil pessoas confirmaram que irão ver a aeronove de perto em Campinas.
O An-225 também atraiu os olhares este ano na cidade australiana de Perth, onde 20 mil pessoas pararam para acompanhar o pouso do cargueiro e o trânsito perto do aeroporto ficou congestionado.
Ônibus espacial
Segundo o professor do departamento de engenharia aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP), James Waterhouse, o avião tem um porte monumental porque foi projetado para transportar o Buran, que era o ônibus espacial soviético.
“Baseado no Antonov 124, que era um avião enorme, fabricado em série, eles desenvolveram uma versão maior ainda. Aumentaram as asas, fuselagem, colocaram uma cauda especial e colocaram o Buran em cima […] Eles utilizaram seis motores e aí ficou um avião simplesmente descomunal”, explica.
O Antonov An-225 fez seu primeiro voo em 1988, mas os planos de construir outras unidades foram cancelados com o fim da União Soviética e o colapso do programa espacial Buran. “Com o colapso, esse avião ficou parado e depois, eles fizeram manutenção e começaram a utilizar para carga, porque existe uma demanda por um avião de carga no mundo que possa levar coisas extremamente grandes e pesadas e que nenhum outro conseguiria levar”, destaca o professor.
A primeira vez que ele veio ao país foi em 2010 para trazer equipamentos para a Petrobras. A aterrisagem ocorreu em Guarulhos.
Novo avião
Segundo o professor, recentemente, foi anunciado pelo fabricante que um segundo avião desse porte seria finalizado. A aeronave estava parada desde o fim da União Soviética.
“Tinha um segundo avião desse, que começou a ser feito na época da União Soviética e nunca foi finalizado. Agora, eles anunciaram que vão acabar o avião, porque eles precisam, esse avião já tá ficando muito velho, é dos anos 80 e não existe substituto no mundo”, conclui.