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Jovem surda viraliza ao ouvir músicas pela primeira vez: ‘não somos exemplo de superação, é só uma questão de adaptação’

Você já parou para pensar sobre o que te faz gostar das suas músicas favoritas? É só uma questão de "qualidade" do som, ou o prazer está mais relacionado ao

Jovem surda viraliza ao ouvir músicas pela primeira vez: ‘não somos exemplo de superação, é só uma questão de adaptação’
Jovem surda viraliza ao ouvir músicas pela primeira vez: ‘não somos exemplo de superação, é só uma questão de adaptação’

Redação Publicado em 04/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h12


Você já parou para pensar sobre o que te faz gostar das suas músicas favoritas? É só uma questão de “qualidade” do som, ou o prazer está mais relacionado ao conjunto de experiências sociais a que as músicas remetem? Essa foi uma das discussões que surgiram após a jovem surda Isabela Coelho “viralizar” nas redes sociais com o relato de como foi ouvir músicas pela primeira vez, aos 30 anos.

A analista de qualidade de software decidiu criar a sequência de posts no Twitter para compartilhar com seus amigos como estava sendo o processo de adaptação do implante coclear (um aparelho auditivo), feito há três semanas. Mas ela não esperava que tivesse tanto alcance.

“Fiz a thread para os meus seguidores, que me pediram para relatar a experiência de músicas que nunca ouvi na vida. Eu imaginei que teria um pequeno alcance, mas não a esse ponto de ter tantos compartilhamentos e tantas curtidas. Realmente fiquei impressionada”, contou Isabela ao g1.

Algumas pessoas ficaram decepcionadas, porque as primeiras impressões sobre artistas consagrados como Bob Dylan e Pink Floyd não foram as melhores. Ela explicou, no entanto, que sua percepção pode mudar ao longo do tempo, já que o treino auditivo é um processo de aprendizagem.

“Vários sons podem ser estranhos nessa primeira fase do implante coclear, e o motivo é que o cérebro está aprendendo a ouvir, reconhecendo novos sons. Aos poucos, o cérebro vai assimilando, e quando vem a identificação, melhora. É como uma bagunça no seu quarto. Quando você procura alguma coisa que precisa e não acha no meio dessa bagunça”, diz.

Isabela também consultou um amigo musicista para tentar entender se havia uma razão técnica para alguns sons serem mais agradáveis para ela do que outros.

“Estou entendendo que quanto mais agudo, pior para mim. Me dou melhor com grave. Procurei um amigo que poderia entender melhor quais os meus incômodos, e fomos descobrindo. Como por exemplo: eu falava que tal minuto do vídeo que me incomodou muito, e ele disse que era um solo de guitarra.”

O incômodo com os agudos virou até “trolagem” de um amigo, que enviou o famoso falsete da MC Melody para saber a sua opinião.

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G1

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