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Governo de SP aciona STF para exigir passaporte de vacina de viajantes que chegam ao Brasil pelo estado

O governo de São Paulo ingressou nesta sexta-feira (10) com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o passaporte vacinal seja exigido de

Governo de SP aciona STF para exigir passaporte de vacina de viajantes que chegam ao Brasil pelo estado
Governo de SP aciona STF para exigir passaporte de vacina de viajantes que chegam ao Brasil pelo estado

Redação Publicado em 12/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h22


Segundo gestão João Doria (PSDB), a Procuradoria Geral do Estado (PGE) solicitou a inclusão do pedido na ação da Rede Sustentabilidade que já está em andamento na corte sobre o tema.

O governo de São Paulo ingressou nesta sexta-feira (10) com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o passaporte vacinal seja exigido de viajantes estrangeiros que entram no Brasil a partir do estado.

Segundo o governador João Doria (PSDB), a Procuradoria Geral do Estado (PGE) solicitou a inclusão do pedido de São Paulo na ação da Rede Sustentabilidade que já está em andamento na corte sobre o tema, após a variante ômicron do coronavírus ter sido anunciada pela Organização Municial de Saúde (OMS) como variante de preocupação.

Na quarta-feira (8), o governo paulista enviou um ofício ao Ministério da Saúde sobre a obrigatoriedade do documento, seguindo orientação dos especialistas do Comitê Científico da Covid-19 no estado.

Segundo João Doria, se a exigência não for implementada pelo governo federal nos aeroportos e portos até o dia 15 deste mês, será aplicada pela gestão estadual em São Paulo.

Doria não esclareceu, porém, como poderá colocar a medida em vigor, já que os aeroportos são de jurisdição federal.

Se até o dia 15 de dezembro o governo federal não adotar o passaporte, São Paulo vai adotar, sim, e vai exigir sim nos seus aeroportos internacionais. Isso é um direito que nos cabe, apesar de fisicamente ser propriedade do governo federal e administração da Infraero, mas o território do estado de São Paulo é de responsabilidade do governo do estado de São Paulo e o mesmo se aplica também para os portos. Esse procedimento será adotado pela nossa secretaria de Saúde e pelo nosso Programa Estadual de Imunização”, afirmou o governador em coletiva de imprensa na quarta (8).

O governador de São Paulo, João Doria, em coletiva de imprensa na sede estadual do PSDB. — Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

O governador de São Paulo, João Doria, em coletiva de imprensa na sede estadual do PSDB. — Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Portos e aeroportos

São Paulo é o principal destino dos voos domésticos e internacionais do Brasil, com os três aeroportos mais movimentados do país: Cumbica, Viracopos e Congonhas.

O estado recebe um terço dos voos caseiros e dois terços do total de voos internacionais do Brasil. Também conta com o maior porto da América da Latina, em Santos.

No entanto, a entrada de estrangeiros é de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Polícia Federal e da Receita Federal — órgãos ligados ao governo federal —, bem como a implementação de protocolos higiênicos, de sanitização e de comportamento no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Apenas espaços como check-in e estacionamento do aeroporto, por exemplo, podem ter a atuação da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Guarda Civil Metropolitana.

“As pessoas que estão vacinadas, com cobertura completa, elas não estão livres de serem infectadas e de eventualmente transmitirem o vírus, mas elas têm muito menos chance de serem infectadas e de terem uma carga viral que permita com que elas transmitam o vírus pra outras pessoas no lugar de destino de suas viagens. Então, é nesse sentido que nós colocamos a importância dessa medida”, defendeu Paulo Menezes, coordenador do Comitê.

O pedido já tinha sido feito por outros gestores municipais da capital paulista e de Guarulhos, e segue recomendação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas vem sendo criticado e negado pelo governo federal.

“Precisamos de medidas de controle de acesso dos viajantes que para cá acabam ingressando com a exigência de comprovação de vacinação completa, também conhecido como passaporte da vacina, assim como a necessidade, na origem, da realização das testagens. Testagens que são feitas 48h antes do embarque com o PCR, 24h antes do embarque com a realização do teste de antígeno”, defendeu o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.

“Só dessa maneira poderemos fazer um controle adequado das nossas fronteiras, impedindo que haja ingresso, especialmente, de novas variantes”, completou.

Em nota, o governo de São Paulo informou ter determinado nesta quarta que a Secretaria da Saúde “analise formas de aprimorar a fiscalização das medidas sanitárias para prevenir a disseminação da Covid-19, em especial da variante ômicron” e que aguarda manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o passaporte da vacina.

Segundo o texto, as ações estão respaldadas na sua “atribuição constitucional de zelar pela saúde da população e na decisão do Supremo Tribunal Federal que dá autonomia para estados e municípios para determinarem medidas de combate à pandemia”.

A GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, informou, também por nota, que a responsabilidade pela emissão dos protocolos sanitários é da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que segue “todas as recomendações da agência reguladora no enfrentamento à pandemia da Covid-19, bem como na prevenção da transmissão de quaisquer doenças infectocontagiosas entre funcionários e passageiros”.

Ataque ao ConetcteSus

O ConecteSUS é o aplicativo responsável pela emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19, exigido para acessar locais públicos. Até o momento, o comprovante é exigido em 19 capitais do Brasil.

A ferramenta saiu do ar na madrugada desta sexta (10). Nesta semana, o governo publicou uma portaria que impõe quarentena de cinco dias a quem não estiver vacinado e quiser entrar no Brasil por via aérea.

A portaria entraria em vigor neste sábado (11), mas foi suspensa por conta do ocorrido.

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G1

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