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Fazenda faz acordo com setor, mas mantém redução de subsídios para indústria de refrigerantes

Depois de pressões da indústria de refrigerantes, contra o corte de subsídios do setor adotado para bancar o preço mais baixo do diesel, a equipe econômica do

Fazenda faz acordo com setor, mas mantém redução de subsídios para indústria de refrigerantes
Fazenda faz acordo com setor, mas mantém redução de subsídios para indústria de refrigerantes

Redação Publicado em 28/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h53


Depois de pressões da indústria de refrigerantes, contra o corte de subsídios do setor adotado para bancar o preço mais baixo do diesel, a equipe econômica do governo Temer fechou um acordo que mantém a redução dos incentivos, mas faz uma diminuição escalonada no próximo ano.

A indústria de refrigerantes queria a revogação do corte de incentivos, mas a equipe econômica disse que era impossível diante da necessidade de bancar os custos do subsídio concedido para reduzir o preço do diesel para os caminhoneiros. Medida adotada para acabar com a greve do setor.

Neste ano, será mantida a redução do IPI sobre xarope usado na fabricação de refrigerantes, de 20% para 4%. Quanto menor a alíquota, menor o crédito que a indústria de bebidas utiliza para reduzir o pagamento de tributos. Com esta redução, o governo consegue evitar uma perda de receita na casa de R$ 800 milhões em 2018.

O acordo fechado com o setor prevê que, em 2019, a redução será escalonada. No primeiro semestre, a alíquota do IPI sobre xarope, insumo usado na fabricação de refrigerantes, cai de 20% para 12%. No segundo, para 8%. Em 2020, voltaria a cair para 4%. A medida, que consta de decreto publicado nesta sexta-feira (28), segue a estratégia da equipe do ministro Eduardo Guardia (Fazenda) de reduzir os subsídios e incentivos fiscais, que no próximo ano vão custar aos cofres públicos mais de R$ 300 bilhões.

Com a diminuição da alíquota escalonada, a União vai evitar uma perda de receita perto de R$ 800 milhões também em 2019. Com uma alíquota de 20%, o subsídio anual concedido ao setor de refrigerantes, por meio do uso de créditos obtidos na compra do insumo, custava R$ 1,6 bilhão.

Diante da crise fiscal brasileira, o ministro Eduardo Guardia tem defendido uma redução gradual dos incentivos e subsídios fiscais para diminuir o desequilíbrio das contas públicas. Sua equipe, inclusive, está fechando uma proposta que poderia cortar em pelo menos 10% os subsídios no próximo ano, que vão totalizar mais de R$ 300 bilhões.

Os economistas dos candidatos à Presidência da República também têm defendido a ideia, mas não especificam quais subsídios seriam eliminados já em 2019. Guardia quer sugerir ao próximo presidente que a medida, de corte de subsídios, seja encaminhada ao Congresso ainda neste ano.

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