Um encontro nesta sexta-feira (12) em São José do Rio Preto (SP) discutiu como aprimorar a abordagem a famílias para a doação de órgãos. Isso porque o transplante é, em muitos casos, o único recurso para pacientes que estão em estado terminal.
O assunto da abordagem foi tema de um encontro organizado pela Faculdade de Medicina de Rio Preto com profissionais de hospitais da região. O objetivo foi discutir como aprimorar as abordagens a parentes dos possíveis doadores. O curso foi feito pela equipe da Central Estadual de Transplante de Santa Catarina, líder em captação de órgãos no Brasil. “A família precisa se sentir acolhida e atendida neste momento tão difícil para ter todo o processo de doação”, afirma Joel de Andrade, coordenador da Central Estadual de Transplante de Santa Catarina.
Para que os médicos continuem salvando vidas é preciso que as doações de órgãos também continuem acontecendo. É uma situação delicada, já que são as famílias que decidem ou não pela adoção dos órgãos dos parentes num momento bem difícil. Por isso, a abordagem dessas famílias, por parte das equipes de captação, tem que ser feita com muito cuidado.
A dona de casa Sirlei Gualdino é um exemplo de quem transformou a dor em esperança a pelo menos cinco pessoas. Ela perdeu três filhos em acidentes e os órgãos de dois puderam ser doados. “Na hora foi meio difícil, mas precisamos pensar que outras pessoas precisam”, afirma a dona de casa.
O torneiro mecânico Élcio Raimundo dos Reis teve uma corrida contra o tempo. Há quatro anos ele descobriu que que tinha câncer no fígado. Foram meses de tratamento, e entre medicações e cirurgia o sofrimento deu lugar a esperança em junho desse ano. O transplante deu certo e era a única alternativa pra ele melhorar. “Corri contra o relógio porque se não aparecesse um órgão compatível, ia crescer e ia chegar uma hora que não daria mais para fazer o transplante”, afirma.