Falhas processuais e ausência de evidências comprometem resultado da ação processual
por Marina Milani
Publicado em 30/09/2022, às 14h46
Na última terça-feira, dia 27, o Juiz de Direito Dr. Vinicius Nunes Abbud, da Comarca de Urupês, proferiu decisão sobre uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. A ação visava responsabilizar uma série de indivíduos e empresas por atos de improbidade administrativa, relacionados a supostas irregularidades em licitações e desvios de recursos públicos destinados a obras de pavimentação e recapeamento asfáltico em municípios.
O magistrado, ao analisar o caso, considerou como principal fundamento as interceptações telefônicas autorizadas pelo Juízo da Comarca de Fernandoópolis, porém, o Supremo Tribunal Federal, em julgamento de habeas corpus, reconheceu a ilicitude dessas provas. Tal decisão afetou diretamente o desenrolar da ação, invalidando as evidências apresentadas pelo Ministério Público.
O Juiz destacou a importância de fundamentação juridicamente idônea para autorizar interceptações telefônicas, ressaltando a inadmissibilidade de provas obtidas de forma ilícita, em conformidade com princípios constitucionais. Com isso, as provas que embasavam a ação civil pública foram consideradas inválidas, comprometendo a sustentação dos argumentos apresentados pelo órgão ministerial.
Diante da falta de elementos probatórios robustos e válidos, o magistrado julgou improcedentes os pedidos formulados pelo Ministério Público contra os requeridos, que incluíam Oswaldo Alfredo Pinto, Olívio Scamatti, Edson Scamatti, Pedro Scamatti Filho, Dorival Remedi Scamatti, Mauro André Scamatti, Luiz Carlos Seller, Maria Augusta Seller Scamatti, Guilherme Pansani do Livramento, Ciro Spadacio, Valdir Miotto, Maria das Dores Piovesan Miotto, Emanuelly Varea Maria Wiegert, Antonio Américo Tamarozzi, João Carlos Alves Machado, João Batista Zocaratto Júnior, Valdovir Gonçales, Osvaldo Ferreira Filho, Ciro Spadacio Engenharia e Construção Ltda., Demop Participações Ltda., Scamatti & Seller Infra-Estrutura Ltda., Mirapav - Mirassol Pavimentação Ltda., Alfa Construtora Rio Preto Ltda., Empresa Scamatti & Seller Investimentos O2 Ltda., Miotto & Piovesan Engenharia e Construções Ltda., CBR - Construtora Brasileira Ltda., e a Municipalidade de Irapuã.
Além disso, foi revogado também a medida liminar anteriormente deferida e determinou o levantamento da indisponibilidade dos bens dos réus citados acima.
Com o encerramento do caso, e não havendo outros requerimentos, os autos foram arquivados conforme as formalidades legais, encerrando mais um capítulo no sistema judiciário brasileiro.
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