Diário de São Paulo
Siga-nos
COLUNA

Mais uma história triste

Professor negro morto no EUA por policias. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais
Professor negro morto no EUA por policias. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais

Rodrigo Sayeg Publicado em 17/01/2023, às 08h01


Às vezes fica um pouco desesperador. Vemos constantementehistórias que nos fazem questionar tudo o que acreditamos, se há de fato um futuro a ser atingido ou se não estamos saindo do lugar.

Às vezes parece que, como Sísifo da Mitologia Grega, fomos castigados a empurrar uma pedra para cima da montanha só para ver ela rolar de volta para baixo, para termos que empurrá-la novamente.

O polarismo está nos fazendo esquecer quem são nossos irmãos, familiares e amigos. Estamos em uma situação em que a violência aparentemente reina, onde o conflito aparentemente é a solução de tudo.

Cito aqui recentemente a notícia de um professor negro morto no EUApor policiais, sendo que ele já havia sido imobilizado por três oficiais.

“Querem me tornar o novo George Floyd”, disse a vítima enquanto era morta pelos policiais com uma arma de eletrochoques. Ao longo do vídeo é possível ver Keenan, completamente imobilizado suplicar diversas vezes para que parassem com os choques pois temia ser morto. Suas últimas palavras? “Não estou resistindo, me ajudem”.

Isso foi noticiado. Imaginem os inúmeros que não foram. As inúmeras pessoas que passam por injustiças e não têm suas súplicas ouvidas.

Dentre as mazelas, o preconceito, o racismo, a violência em razão de sua raça, religião, cor, procedência nacional ou escolha pessoal é inadmissível.

E quando parece que fazemos um avanço, vem histórias assim para lembrarmos que nosso caminho está apenas começando. Que temos muito o que fazer.

Para promovermos essa sociedade livre, justa e solidária não podemos parar de avançar, não podemos desistir. Não podemos ter medo e/ou punir excessivamente, por mais tentador que seja a vontade de retaliação.

Nós temos a missão de proteger, cuidar e resgatar a todos, não importe a consequência, mas o caminho para combater a intolerância não é pelo ódio e sim pela justiça, pelo amor e pelo perdão. Não podemos nos nivelar para baixo.

O caminho é duro, mas me disseram uma vez que somente enfrentam as maiores tempestades os melhores navegadores. Até porque, se o Brasilvencer a mazela da desigualdadee do preconceito, ele será verdadeiramente o farol da humanidade que sempre foi destinado a ser.

Vale a pena lutar. Pelo menos para não termos ou diminuirmos a quantidade de histórias tristes.

Compartilhe  

últimas notícias