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COLUNA

Entre Armas, Drones e Ódio, Rússia e Irã Unem Forças Contra Israel

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, encontra-se com o Aiatolá Ali Khamenei, Líder Supremo do Irã - Imagem: Reprodução | Wikimedia Commons
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, encontra-se com o Aiatolá Ali Khamenei, Líder Supremo do Irã - Imagem: Reprodução | Wikimedia Commons
Agenor Duque

por Agenor Duque

Publicado em 14/10/2024, às 06h44


Ao longo de décadas, Israel, o único estado judeu do mundo, tem sido alvo de constantes ameaças por parte do regime iraniano, que não esconde seu objetivo: a destruição completa do Estado de Israel. O ódio do Irã contra Israel é histórico, alimentado por uma ideologia radical que mistura religião e política, e que encontra apoio e parceria em grupos terroristas como o Hamas e o Hezbollah, financiados diretamente por Teerã. Esses grupos perseguem não apenas judeus e cristãos, mas qualquer um que não se submeta à sua ideologia extremista.

Recentemente, as ações do Irã têm se intensificado, com ataques diretos ao território israelense. Mísseis lançados de posições controladas por grupos terroristas patrocinados pelo Irã conseguiram penetrar em quase 90% do “Domo de Ferro”, o sistema de defesa antimísseis de Israel. Esse evento expôs uma vulnerabilidade israelense e mostrou que as ogivas hipersônicas desenvolvidas pelo Irã são uma ameaça preocupante não apenas para Israel, mas também para as defesas americanas na região. O regime iraniano continua a testar os limites, e agora, com a ajuda da Rússia, sua capacidade de destruição aumenta exponencialmente.

A aliança entre Rússia e Irã se fortaleceu recentemente, com um pacto de cooperação militar que preocupa todo o mundo ocidental. O encontro entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente iraniano, Masud Pezeshkian, escancarou essa parceria nefasta. Ambos os países compartilham uma visão de mundo semelhante: são opositores dos países ocidentais e agem com o objetivo de desestabilizar a ordem internacional e expandir sua influência por meio de conflitos. Para a Rússia, o apoio ao Irã representa uma troca de favores vantajosa; enquanto Moscou recebe drones iranianos para apoiar suas campanhas militares especialmente na Ucrânia, o Irã, em troca, recebe apoio técnico e material para seu programa nuclear, um perigo crescente para todo o Oriente Médio.

Essa aliança eleva o poder destrutivo do Irã e ameaça diretamente Israel. É uma troca perigosa: enquanto os drones iranianos chegam ao campo de batalha russo, Moscou fornece a expertise e os recursos nucleares que ampliam as capacidades do Irã. O regime iraniano busca constantemente expandir seu arsenal, com a intenção declarada de eliminar Israel. E a ajuda russa torna essa possibilidade ainda mais real.

O Irã, historicamente, não tem poupado esforços para armar e financiar seus aliados na região, como os grupos terroristas Hezbollah no Líbano e o Hamas em Gaza. Esses grupos, que compartilham o mesmo ódio iraniano contra Israel, agem como peões de Teerã, atacando civis inocentes e promovendo o terror contra o povo israelense.

A entrada da Rússia nesse conflito oferecendo apoio e tecnologia para o desenvolvimento de armas nucleares, cria um novo nível de ameaça. Para a Rússia, apoiar o Irã é uma forma de desafiar o Ocidente e ampliar sua influência no Oriente Médio, enquanto para o Irã, é uma oportunidade de aumentar suas capacidades militares com tecnologia russa avançada e aniquilar Israel.

Não é mera coincidência que, ao mesmo tempo em que a Rússia fornece suporte ao programa nuclear iraniano, vemos Teerã desafiando ainda mais abertamente as sanções internacionais e os alertas da ONU sobre a proliferação de armas nucleares. As capacidades nucleares e balísticas do Irã são um motivo de preocupação, e agora, com o respaldo russo, as consequências são imprevisíveis.

Por décadas, o povo judeu tem sido alvo de ataques de todos os lados, não apenas pelos grupos terroristas financiados pelo Irã, mas também pelo próprio regime iraniano, portanto aqueles que criticam Israel por defender-se, claramente ignoram a realidade dos fatos. É importante lembrar que Israel, apesar de ser constantemente atacado, busca apenas defender sua existência e proteger seu povo. O terrorismo, o antissemitismo e as alianças do mal que visam sua destruição é quem são os verdadeiros culpados pelas mortes e destruição na região. E o direito de um país de se defender contra regimes totalitários e grupos terroristas sanguinários deveria ser inquestionável.

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