O mercado de livros fechou o primeiro semestre de 2018 com alta tanto em faturamento (9,97% com relação ao mesmo período do ano anterior) quanto em volume de
Redação Publicado em 09/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h13
O mercado de livros fechou o primeiro semestre de 2018 com alta tanto em faturamento (9,97% com relação ao mesmo período do ano anterior) quanto em volume de vendas (5,24%). No entanto, analistas do setor ouvidos pelo G1 consideram o crescimento discreto e avaliam que não há motivos para tanta comemoração.
Primeiro, porque o patamar de vendas não era tido como elevado, então dificilmente cairia. Segundo, porque há grandes redes de livrarias em crise e inclusive sem condições de pagar por livros já entregues por editoras.
Entre 1º de janeiro e 15 de julho, o setor arrecadou foi R$ 1,07 bilhão – contra R$ 977 milhões no ano passado. Já o número de exemplares vendidos cresceu de 22,96 milhões para 24,17 milhões.
Esses números estão na edição mais recente do Painel das Vendas de Livros do Brasil, que saiu nesta quinta-feira (9).
Apresentado mês a mês e desta vez com o balanço semestral, o estudo é feito pela Nielsen e divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). A pesquisa baseia-se no resultado da Nielsen BookScan Brasil, que verifica as vendas em livrarias, supermercados e bancas.
“Aparentemente, já tínhamos chegado ao fundo do poço. Então, não tivemos exatamente um crescimento agora, mas uma tímida retomada”, afirmou ao G1Ismael Borges, que coordena a Nielsen Bookscan Brasil.
“O mercado está tentando reaver os prejuízos que teve no decorrer dos últimos três anos. E o estado de espírito do mercado não permite comemorações.”
Veja, abaixo, os principais fatores sobre o 1º semestre de 2018:
“O balanço do primeiro se,estre tem um dado positivo, que é o crescimento acima da inflação. É uma notícia boa”, avaliou o presidente do Snel, Marcos da Veiga Pereira.
“Mas, por outro lado, vivemos um semestre difícil, porque as grandes livrarias acusaram o golpe do que foi a queda acumulada de 2015 e de 2016.”
Pereira lembra que tudo “aconteceu em março, de uma maneira abrupta, meio de surpresa, com a notícia de que as livrarias iriam ter de postergar pagamentos”. “Nenhum editor estava preparado para isso. Estávamos em ritmo acelerado. Tivemos de puxar o freio.”
De acordo com ele, um dos efeitos práticos imediatos disso foi a diminuição do número de lançamentos por parte das editoras.
“Não adianta sair publicando se não tem certeza de que vai conseguir colocar os livros à venda. Precisa ter a confiança de que vai conseguir colocar os livros nas principais redes e de que vai receber o dinheiro. Essa relação de confiança entre editores e livreiros está sendo restabelecida aos poucos. E esse é o nosso desafio para o segundo semestre. Vamos ver o quanto a gente pode financiar efetivamente a cadeia de livrarias.”
O presidente do sindicato dá uma explicação provável para o atual momento: “Acho que as livrarias conseguiam se financiar com bancos. Elas vinham num processo de reestruturação, de fechamento de lojas deficitárias, estavam fazendo o dever de csa. O problema é que a crise foi muito longa, e as livrarias tinham a expectativa de continuar se financiando no mercado financeiro, mas ele travou crédito”.
A negociação, segundo ele, prevê que os pagamentos ocorram no final do ano, após o Natal e a black friday, “datas muito fortes”.
E qual a previsão de solução, afinal? Para Pereira, o processo de recuperação “passa por decisões duras, demissão de gente, fechamento de lojas deficitárias”.
“Mas é um processo de médio prazo. Eu diria que deve se arrastar pelo menos até o final de 2019, para voltarmos a uma situação de normalidade. E depende muito de como vai ser o ano que vem em termos macroeconômico.”
Para Ismael Borges, a situação das livrarias não deve ter reflexos para o leitor. “Isso não quer dizer nada, porque livro à disposição teremos. Vai ser bem difícil assistir a uma crise de fornecimento engendrada pela própria indústria. O que acontece é que esse imbróglio entre as principais editoras os varejistas bagunça todo o sistema de distribuição. Então, o ecossistema está em fase de reanálise.”
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