Marcus Vinicius De Freitas
Redação Publicado em 28/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h55
Marcus Vinicius De Freitas
Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial de Saúde trouxe à luz o primeiro relatório oficial sobre uma pneumonia de causa desconhecida em Wuhan, na China. À medida que a síndrome respiratória – SARS-Cov-2 – evoluiu, a “gripezinha” dominou o mundo e, em menos de três meses,criou um caos global. Milhões foram infectados pelo vírus, com uma taxa de letalidade relativamente alta.
Teorias conspiratórias invadiram as redes sociais e ficou evidente a baixa capacidade da maioria dos governos de lidar com o vírus. De lockdowns ineficazes ao fechamento de fronteiras, poucos países souberam administrar o caos causado pelo vírus. Muitos, como no caso da Suécia, contavam com a imunização de rebanho, o que ainda não aconteceu. Como bem disse Camões, nos Lusíadas, entramos em mares nunca dantes navegados. A realidade é que vírus abundam na natureza, pandemias ocorrem, e a Covid-19 não desaparecerá magicamente, como Donald Trump, o ex-presidente norte-americano, queria acreditar.
A pandemia deverá retroceder nos próximos anos e dará aos países uma nova oportunidade de restruturação econômica e política. Ao analisar pandemias passadas, nota-se que as economias cresceram após o período pandêmico. Isto tem muito a ver com o fato de a poupança crescer – particularmente nas classes mais abastadas – em face da impossibilidade de gastos durante o período. Este retorno do consumo aumentará o Produto Interno Bruto (PIB) como consequência.
A pandemia revelou a ineficiência de vários setores econômicos, além da obsolescência de áreas que perderam relevância. Neste período, vimos a ascensão do setor de entregas, logística e distribuição. A tecnologia viabilizou o teletrabalho, ensino online, conferências virtuais e um crescimento fenomenal do comércio eletrônico. Por outro lado, ficou evidente o quanto o Poder Público está defasado na questão tecnológica e do ensino remoto.
O maior desafio, no entanto, residirá na turbulência política que o desemprego causará. Como o deslocamento de funções, muitos dos empregos perdidos jamais serão recuperados e a desigualdade socialcrescerá, exacerbando as tensões sociais. Esta situação ensejarámanipulações políticas, de cunho populista, natentativa de controle social. A dificuldade será conter o ânimo popular que – apesar à barbárie atual, de natureza política, jurídica e legislativa – ainda se tem contido. Num país tão violento quanto o Brasil surpreende não haver atentados de natureza política, como em outras partes do mundo.
Por muito tempo, a política e a disputa ideológica têm impedido o Brasil de deslanchar e atingir superiores patamares de crescimento e desenvolvimento. Infelizmente, o País se perdeu numa disputa ideológica inútil que não reduziu o tamanho das favelas, não melhorou a qualidade da educação ou de vida, ou assegurou o reconhecimento internacional, com um prêmio Nobel. Como é possível ao Brasil aceitar esta posição de inferioridade?
O Brasil terá de retomar o rumo do crescimento, com oobjetivo claro de aumentar a renda per capita, estagnada há vários anos. A utilização inteligente das receitas em moeda estrangeira advindas das exportações de commodities agrícolas deveria liderar o crescimento sustentável, com uma transformação estrutural da base econômica. O Brasil deveria investir pesadamente em infraestrutura física para conectar os mercados internos e ligá-los aos mercados regionais e globais. Tal iniciativa reduzirá os custos de produção, aumentará a competitividade e capacidade de resposta de exportação.
Por fim, o investimento elevado na infraestrutura social do Brasil, em áreas como saúde, educação, água e saneamento, são primordiais para garantir o futuro do País, num contexto global cada vez mais competitivo. Todo e qualquer empreendimento ou política que retire do governo este claro norte em suas ações deveria ser relegado a segundo plano. Há muito a fazer para o Brasil voltar a crescer e prepará-lo para a próxima onda de globalização. Em 1992, James Carville, estrategista de Bill Clinton, criou a frase: “É a economia, estúpido!”. Seu conselho, no caso brasileiro, nunca foi tão atual.
Marcus Vinicius De Freitas, Advogado e Professor Visitante, Universidade de Relações Exteriores da China
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