Movimentação, variedade ofensiva, posse de bola, paciência para abrir espaços e segurança na defesa.
Redação Publicado em 24/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h57
Movimentação, variedade ofensiva, posse de bola, paciência para abrir espaços e segurança na defesa.
O Flamengo foi senhor do jogo. Amassou o Vitória, para utilizar o termo da moda. O gol de Diego foi suficiente para garantir os três pontos que mantêm o time na cola de São Paulo e Inter, mas o 1 a 0 deixa também uma lição importante: é preciso ser mais letal.
Um time com a superioridade de desempenho e qualidade como a que o Flamengo demonstrou na noite de quinta-feira no Maracanã não pode se dar ao luxo de sofrer um susto como o chute de Lucas Fernandes defendido por Diego Alves aos 39 do segundo tempo. Um empate colocaria por água abaixo uma atuação que chegou a impressionar na etapa inicial.
Inteiro depois do maior período de descanso desde a parada para Copa do Mundo (quatro dias), o Rubro-Negro carioca se mandou para cima dos baianos com marcação alta e muita movimentação no campo de ataque. Em sua melhor exibição pelo clube, Vitinho era o motor de um quinteto ofensivo que – com exceção de Dourado – não se privou de alternar o posicionamento.
Não foram poucas as vezes em que o camisa 14 se deslocou para o centro, abrindo espaço para Diego e até mesmo avanços de Renê pela esquerda. O mesmo valia para Paquetá, mais adiantado que de costume, e Éverton Ribeiro do outro lado do campo.
– É uma parte do que a gente quer. São jogadores que conseguem ter essa rotatividade, conseguem atuar em mais de uma região do campo. É importante e dificulta o adversário – elogiou Barbieri.
A movimentação com aproximação realmente dificultava a marcação do Vitória e em 20 minutos Vitinho, Éverton Ribeiro e Dourado já tinham levantado os mais de 50 mil presentes em finalizações perigosas. Foram dez no primeiro tempo. Entre elas o gol de Diego, que sintetiza um pouco desse Flamengo com mais gente perto da área adversária. Até dentro dela.
Foi Paquetá quem apareceu bem de cabeça, após cruzamento de Vitinho, para Diego escorar como centroavante o rebote de Ronaldo, aos 40. Recompensa para um time que mordia o Vitória e realizou 15 desarmes até a descida para o intervalo.
Outros números ajudam a explicar a avalanche rubro-negra na etapa inicial:
Superioridade que contrasta com o magro 1 a 0 no placar. Um alerta para a metade vazia de um copo que o Flamengo deveria ter deixado cheio. Transbordando diante de tantos fatores positivos em 45 minutos de 67% de posse de bola.
Dizer que o segundo tempo foi equilibrado seria exagero. O time de Maurício Barbieri seguiu dono do jogo. Paquetá desperdiçou chance clara após toque de Éverton Ribeiro. Marlos Moreno e Lincoln permitiram que a troca de passes e posições continuassem ao substituírem Vitinho e Dourado. A dificuldade para o golpe final, porém, deu um fôlego improvável ao adversário.
Os números apresentaram um Vitória mais efetivo: 5 x 3 nas finalizações, 189 x 146 nos passes trocados, 6 x 6 nos desarmes. Reação até natural depois de uma etapa inicial tão dominante do Flamengo, que soube administrar bem o resultado, mas não foi capaz de ampliar.
Nada que tire o brilho da atuação na metade inicial. Nada que diminua a importância dos três pontos em uma rodada de tropeço do líder. Nada que tire o sono. Mas é importante que o susto no chute cruzado de Lucas Fernandes defendido por Diego Alves, a seis minutos do apito final, reforce a lição de que “a bola pune”. E para evitar riscos é preciso ser mais letal.
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