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Líder do movimento de oposição ‘Damas de Branco’ e seu marido são liberados em Cuba

Berta Soler, líder do movimento de oposição Damas de Branco, e seu marido, Ángel Moya, foram liberados no domingo (13) à noite, depois que foram detidos pela

Líder do movimento de oposição ‘Damas de Branco’ e seu marido são liberados em Cuba
Líder do movimento de oposição ‘Damas de Branco’ e seu marido são liberados em Cuba

Redação Publicado em 14/02/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h46


Berta Soler, líder do movimento de oposição Damas de Branco, e seu marido, Ángel Moya, foram liberados no domingo (13) à noite, depois que foram detidos pela manhã quando deixavam sua casa e sede da organização, informou à AFP a ativista dos direitos humanos Martha Beatriz Roque.

“Eles a soltaram às 19h20 e ele às 19h25”, disse Roque, a única mulher detida durante a repressão da “primavera negra” de 2003.

O movimento “Damas de Branco” é formado, em sua maioria, por mulheres que tiveram seus maridos presos por repressão política. Elas marcham pela liberdade deles e se declaram opositoras ao governo de Miguel Díaz-Canel.

“Algo que nunca haviam feito, eles fizeram hoje, que foi levá-la ao hospital Miguel Enríquez para que o médico de plantão preparasse um atestado de que não tinham ferimentos. Na semana passada, quando ambos foram presos, Moya foi agredido e eles denunciaram.”, acrescentou Roque.

As detenções de Berta e Moya, ex-preso político da “primavera negra”, aconteceram quando os dois começavam uma caminhada rumo a uma igreja de Havana, em protesto pelos detidos de 11 de julho e em memória ao aniversário de nascimento de Laura Pollán, outra dama de branco falecida em 2011.

“Pela primeira vez, nove damas de branco chegam a igrejas diferentes” nesta ação de protesto dominical, nas províncias de Camagüey, Havana, Guantánamo, Villa Clara e Matanzas, informou Roque.

Uma delas é mãe de uma jovem que cumpre pena de seis anos de prisão por participar dos protestos históricos de 11 de julho, quando o grupo organizou uma manifestação em massa, que foi reprimida pelo governo.

Participantes da marcha Damas de Branco, que se manifesta semanalmente em prol dos direitos humanos em Cuba, são contidas durante marcha no dia 20 de março de 2016 em Havana, dia da chegada do presidente Barack Obama a Cuba  — Foto: Adalberto Roque/AFP

Participantes da marcha Damas de Branco, que se manifesta semanalmente em prol dos direitos humanos em Cuba, são contidas durante marcha no dia 20 de março de 2016 em Havana, dia da chegada do presidente Barack Obama a Cuba — Foto: Adalberto Roque/AFP

Já Berta Soler foi detida em 23 de janeiro com outras duas companheiras e a mãe de um jovem de 17 anos, também preso por participar dos protestos de julho.

As quatro mulheres, detidas quando se preparavam para ir à igreja de Santa Rita, em Havana, foram liberadas horas depois.

Várias mães e familiares de manifestantes da mobilização de 11 de julho detidos se aproximaram das Mães de Branco, grupo formado por opositoras.

Aos gritos de “Liberdade” e “Temos fome”, as manifestações eclodiram em 11 de julho em cerca de 50 cidades cubanas, deixando um morto e dezenas de feridos.

Segundo números do governo, até janeiro passado 790 pessoas, incluindo 55 menores de 18 anos, foram indiciadas e outras 172 foram condenadas.

Neste domingo, a embaixada dos Estados Unidos insistiu no Twitter em que o “regime de Cuba acusou dezenas de menores” pelos protestos de 11 de julho e que metade foi acusado de sedição.

“Pode um menino de 16 anos sequer entender o conceito de sedição como para ser acusado disso?”, questionou a embaixada na publicação.

O governo cubano diz que Washington está por trás destes protestos e considera ilegais a oposição política e os dissidentes.

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G1

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