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Justiça condena ambulante por matar mulher trans a facadas após encontro e jogá-la do 7º andar de prédio no Centro de SP

Um vendedor ambulante foi julgado e condenado na tarde desta segunda-feira (25) a 7 anos e 6 meses de prisão por matar a facadas uma mulher transexual após um

Justiça condena ambulante por matar mulher trans a facadas após encontro e jogá-la do 7º andar de prédio no Centro de SP
Justiça condena ambulante por matar mulher trans a facadas após encontro e jogá-la do 7º andar de prédio no Centro de SP

Redação Publicado em 26/04/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h48


Ela foi encontrada morta em setembro de 2020. Vendedor ambulante foi preso em flagrante no apartamento dele. Duas facas foram apreendidas.

Um vendedor ambulante foi julgado e condenado na tarde desta segunda-feira (25) a 7 anos e 6 meses de prisão por matar a facadas uma mulher transexual após um encontro e ainda jogá-la do 7º andar do prédio em que ele morava no Centro de São Paulo. O assassinato foi cometido em 2 de setembro de 2020. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça (TJ).

O júri popular aconteceu no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste da capital. A maioria dos jurados (seis mulheres e um homem) votou pela condenação do réu pelo crime cometido há quase dois anos.

Jeferson Pereira foi preso em flagrante à época pela morte de Chiara Duarte. A vítima tinha 27 anos. Ele foi acusado de homicídio doloso, aquele no qual há a intenção de matar. Ele estava com 18 anos à época e alegou que esfaqueou a mulher para se defender dela. Disse ainda que ela estava armada com uma faca e tentou feri-lo após um encontro que tiveram no apartamento dele.

“Considerando a frieza com que o acusado praticou o delito, ao arremessar o corpo da vítima do 7º andar, mesmo afirmando não saber se estava de fato morta, bem como se tratando de vítima jovem, além de possivelmente a ofendida ter sido morta em razão de ser travesti”, escreveu o juiz Cláudio Juliano Filho, na sentença.

De acordo com a acusação feita pela promotora Rosana Colleta, do Ministério Público (MP), Jeferson levou Chiara ensanguentada para a varanda e a jogou de lá. O corpo dela foi encontrado na calçada da Avenida Rangel Pestana, na Sé.

“Diante da alegação do réu de que teria vergonha que sua família descobrisse tal relação, além da forma torpe em que resolveu ‘descartar’ o corpo, ferindo outros bens juridicamente protegidos pela lei penal, em especial a dignidade dos familiares, tudo a indicar maior reprovabilidade da conduta”, continuou o juiz do caso. “O regime inicial de cumprimento da reprimenda será o semiaberto, em razão da quantidade da pena e da primariedade do réu.”

Apesar de a Justiça ter mencionado na decisão que Chiara foi morta, provavelmente, por ser “travesti”, a pena dada pelo magistrado não considerou a transfobia como uma das qualificadoras do homicídio. A família da vítima sempre alegou que ela foi assassinada pelo ambulante por discriminação e preconceito dele contra trans.

Foi preconceito, foi crime de ódio, transfobia. Minha irmã só queria ser feliz. Ela morava em um centro de acolhimento de trans, no Centro de São Paulo, onde ela também era voluntária”, disse à época Luan Duarte, irmão da vítima.

Jeferson foi preso pela Polícia Militar (PM) quando ainda estava no apartamento dele. Duas facas com sangue foram apreendidas e levadas com o suspeito para a Polícia Civil.

Segundo o boletim de ocorrência do caso, o ambulante falou aos policiais que “estava em seu apartamento quando a vítima chegou empunhando uma faca e tentou lhe agredir ferindo-o no dedo. Após luta corporal, o indiciado golpeou a vítima e a jogou pela sacada”.

O caso foi registrado no 8º Distrito Policial (DP), Brás, como homicídio qualificado.

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G1

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