Diário de São Paulo
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Justiça anula júri que condenou PM a 24 anos de prisão por matar estudante a pauladas em 2017

TJ-SP admitiu erro na gravação do depoimento de testemunha. Em 2019, Jefferson Souza foi condenado pelo assassinato de Gabriel Paiva, de 16 anos

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Redação Publicado em 09/06/2022, às 00h00 - Atualizado às 09h59


A Justiça anulou neste ano o júri que condenou um policial militar a 24 anos de prisão sob a acusação de matar um estudante com pauladas na cabeça e outras agressões em 2017. A vítima fumava narguilé e ouvia funk com outros jovens perto de um carro, na rua de uma comunidade da Zona Sul de São Paulo. O novo julgamento do caso está marcado para começar às 13h desta quinta-feira (9), no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste da capital.

Em 18 de janeiro de 2019, dois agentes da Polícia Militar (PM) foram julgados por terem sido acusados de assassinar Gabriel Alberto Tadeu de Paiva com golpes de madeira na cabeça durante uma abordagem.

O crime foi cometido em 16 de abril de 2017 na Rua 8, no bairro Pedreira, Zona Sul de São Paulo. A vítima tinha 16 anos.

No júri do caso, realizado dois anos depois, a maioria dos jurados culpou o policial Jefferson Alves de Souza pelo assassinato do adolescente, e ele foi condenado por homicídio doloso, aquele no qual há a intenção de matar. No mesmo julgamento, o colega dele, o também PM Thiago Quintino Meche, foi absolvido por falta de provas.

Desde então, Jefferson está detido no presídio da Polícia Militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital, onde cumpre pena em regime fechado. E Thiago, que havia sido preso à época, foi solto e continua em liberdade.

Júri anulado

Neste ano, por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o julgamento de 2019 que condenou Jefferson foi anulado.

Um desembargador atendeu o pedido da defesa do policial para que se realizasse um novo júri. Ele reconheceu que houve um erro na gravação de um vídeo com depoimento de uma testemunha. Por causa disso, a transcrição do que ela disse ficou comprometida e prejudicou a avaliação dos jurados.

“Houve uma questão técnica na colheita da prova, que impediu que o tribunal analisasse o caso”, disse ao g1 um dos advogados de Jefferson, Renan de Lima Claro. Ele atua na defesa do policial com o também advogado Alex Ochsendorf.

Apesar da anulação do julgamento e da marcação do novo júri, Jefferson continua detido, agora preventivamente, até a decisão dos novos jurados.

G1
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