Sentir a água tocar os pés, o vento soprar sobre o rosto e levar a dor que guardava. Voltar à Represa de Itupararanga, em Votorantim (SP), era algo impensável
Redação Publicado em 13/05/2022, às 00h00 - Atualizado às 12h26
Sentir a água tocar os pés, o vento soprar sobre o rosto e levar a dor que guardava. Voltar à Represa de Itupararanga, em Votorantim (SP), era algo impensável até então para Larissa Campos, de 26 anos, pois foi o lugar onde ela viu pela última vez seu grande amor.
Em agosto de 2020, o empresário João Guilherme Torres Fadini, de 24 anos, morreu afogado na represa. Ele tinha acabado de pedir Larissa em casamento e os dois tiraram uma foto juntos minutos antes de tudo acontecer.
Em 1º de maio deste ano, após dois anos da morte, Larissa voltou à represa para ser batizada pela igreja. O momento foi de muita emoção e lembranças para ela.
“O batismo foi um verdadeiro divisor de águas em relação com Deus. Nas mesmas águas que eu perdi a vida interior, foi onde, através do batismo, desejei renascer. Foi exatamente esse o sentimento.”
Batismo ocorreu em 1º de maio, na Represa de Itupararanga, em Votorantim — Foto: Arquivo pessoal
Larissa conta que chegou a pensar em desistir de ser batizada no local e ligou várias vezes para o pastor dela avisando que não conseguiria voltar. No entanto, ela enfrentou a dor e seguiu com a decisão.
“Eu nunca planejei voltar para aquela margem, nunca ousei pensar que conseguiria pisar naquele lugar novamente. Sinceramente, eu não imaginava que teria forças suficiente para isso, mas eu sempre soube que essa dor tinha um propósito maior.”
Para ela, o luto se tornou uma “grande escola” com o passar do tempo, através do qual seu caráter foi moldado e também permitiu que ela amadurecesse.
“Eu me permiti viver a experiência de estar lá novamente, ficar cara a cara com a dor e abraçá-la como uma velha amiga que só tem a me ensinar. O luto tem sido uma ponte que favorece uma travessia para dentro de mim e lá sou convidada a aprender com cada passo que dou.”
Batismo de Larrisa Campos ocorreu em Votorantim — Foto: Arquivo pessoal
Larissa conta que, atualmente, está escrevendo um livro sobre sua história e pretende lançá-lo em breve. O objetivo é mostrar que, mesmo na dor, é possível encontrar recomeços.
“Quando o Gui morreu, ele me deu a mais profunda e viva história para que eu pudesse narrar. Ele realizou meus sonhos mesmo quando já não estava mais aqui. Quero que minhas dores levem conforto para outras pessoas, que cada lágrima regue um jardim de esperança por onde eu passar.”
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G1
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