Um estudo em fase preliminar de uma vacina contra o HIV produziu resultados "encorajadores", de acordo com apresentação ocorrida nesta segunda-feira (24) na
Redação Publicado em 25/07/2017, às 00h00 - Atualizado às 16h45
Um estudo em fase preliminar de uma vacina contra o HIV produziu resultados “encorajadores”, de acordo com apresentação ocorrida nesta segunda-feira (24) na Conferência Internacional de Pesquisa sobre a Aids, em Paris. Até hoje, as pesquisas realizadas não permitiram o desenvolvimento de uma vacina eficaz para proteger populações contra a doença.
Testado em 393 voluntários em cinco países (Estados Unidos, Ruanda, Uganda, África do Sul e Tailândia), este protótipo provocou uma resposta imune (produção de anticorpos) em 100% dos participantes.
“Estes dados promissores, combinados aos avanços de outros pesquisadores na área, permitem que sejamos novamente otimistas sobre a possibilidade de desenvolver uma vacina contra o HIV”, estimou o Dr. Dan Barouch, membro da equipe de pesquisa, durante coletiva.
De acordo com especialistas, uma vacina seria a melhor maneira de acabar com uma epidemia que infectou 76 milhões de pessoas e causou 35 milhões de mortes desde seu surgimento no início dos anos 1980.
Apesar dos meios disponíveis de prevenção, 1,8 milhão de novas infecções foram registradas em 2016, de acordo com a UNAIDS.
“Mas até a data, apenas quatro projetos de vacinas alcançaram o estágio de teste de sua eficácia clínica”, lembrou Dan Barouch, os demais foram abandonados em fases iniciais por causa de sua falta de eficácia.
Esta vacina experimental, de “duplo gatilho”, consiste primeiro em despertar o sistema imunológico com um vírus da gripe comum, antes de dopá-lo com uma proteína encontrada no envelope do HIV, provocando uma reação mais forte do corpo.
Em uma fase anterior em macacos, cujos resultados foram publicados há dois anos, esta estratégia tinha ajudado a prevenir a infecção em dois terços dos primatas, lembrou Dan Barouch, virologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard.
“Claro, não sabemos ainda se esta vacina vai proteger os seres humanos. Mas estes dados justificam a realização de um estudo de eficácia em larga escala”, disse ele.
Acertar a vacina “será muito difícil”, mas um sucesso “mudaria o cenário”, explicou à AFP Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), um órgão público americano.
“Mesmo se obtivermos uma eficácia de 50% a 60%, (…) já veríamos um impacto importante sobre a pandemia”, acredita.
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