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Dr. Ricardo Sayeg lança livro sobre capitalismo humanista: “Avanço desse sistema representa progresso nacional”

Imagem Dr. Ricardo Sayeg lança livro sobre capitalismo humanista: “Avanço desse sistema representa progresso nacional”

Redação Publicado em 28/06/2022, às 00h00 - Atualizado às 22h13


Nesta terça-feira (28), é comemorado o Dia do Capitalismo Humanista, que destaca a evolução de uma nova ordem econômica que atua em função da inclusão e da sustentabilidade.

A data, que foi escolhida por ser o dia do nascimento do filósofo Jean Jacques Rousseau (1712-1778), também é marcada pelo lançamento do livro “Reflexões Lógico-Filosóficas de um Capitalista Humanista”, escrito pelo criador da tese, Dr. Ricardo Sayeg.

Além de ser mestre em direito comercial, Sayeg é professor de direito econômico da PUC de São Paulo e presidente do Instituto do Capitalismo Humanista (iCAPH), organização dedicada a estudos e projetos voltados ao desenvolvimento por meio da inclusão econômica. Sayeg também compartilha seus conhecimentos e perspectivas como colunista do Diário de São Paulo.

Por definição, o Capitalismo Humanista consiste em uma vertente que, do ponto de vista jurídico, corresponde à dimensão econômica dos direitos humanos. Nesse sentido, ele estimula o firmamento de uma economia de mercado que seja capaz de garantir a liberdade, o bem-estar de todos os cidadãos, condições dignas de subsistência e sustentabilidade ambiental.

“Inicialmente, a teoria nasceu de uma premissa científica, tida como verdadeira, de que o capitalismo é incompatível com os direitos humanos. Mas, depois de muitas investigações, foi concluído que esse sistema pode dar ênfase aos direitos humanos, na medida em que ele for sistematizado e desenvolvido dentro das diretrizes do capitalismo humanista”, explicou o Dr. Ricardo Sayeg.

“Isso significa a garantia das forças produtivas da liberdade de mercado, por meio de políticas públicas que não deixam de lado a dignidade para todos e que ninguém fique para trás”, completou.

Em sua obra, o acadêmico pontuou que as perspectivas apresentadas se baseiam em questões do cotidiano e análises publicadas em sua coluna no Diário de São Paulo.

“Em uma coluna semanal que divido com o meu filho, Rodrigo Sayeg, faço as reflexões ao longo dos acontecimentos do cotidiano. E tudo isso sobre a ótica do Capitalismo Humanista. Nós compilamos essas reflexões e preparamos um livro de crônicas”, pontuou.

Apesar de ser apresentado como uma tese, o Capitalismo Humanista já é colocado em prática como orientador da ordem econômica da cidade de São Paulo e possui uma grande influência na formulação de políticas públicas, segundo Sayeg, que está convicto de que esse modelo vai se expandir pelo país.

“Na prática, o Capitalismo Humanista visa promover o desenvolvimento econômico para alcançar o bem-estar social. É com essa inclusão que vamos retirar 60 milhões de brasileiros da linha da miséria e colocá-los como contingente útil e ativo”, projetou.

Para o Dr. Sayeg, essa conduta pode levar o Brasil a melhores posições entre as principais economias do mundo. Mas, existem limitações para a aplicação do modelo de desenvolvimento que estão relacionadas aos desafios atuais e demandas históricas do país.

“Nós passamos por muitos desafios sociais e econômicos, especialmente por causa da pandemia deCovid-19, além de muitas crises, guerras e outras questões. Mas ainda temos muito o que fazer em relação à redução das desigualdades e combate da miséria”, disse.

Mesmo assim, o acadêmico tem perspectivas positivas quanto ao futuro, especialmente com o CapitalismoHumanista numa posição de vanguarda entre as forças condutoras do desenvolvimento do país.

“O avanço do capitalismo humanista representa o progresso nacional. Eu tenho certeza que o Brasil vai progredir em sua régua civilizatória e vai atuar para frente”.

O evento

O lançamento do livro “Reflexões Lógico-Filosóficas de um Capitalista Humanista” contou com a presença de importantes profissionais do mundo jurídico, do cenário das pesquisas acadêmicas e representantes do setor público.

Entre os convidados, estavam o Dr. Ivan Sartori, desembargador e candidato a deputado federal e Eduardo Turma, e ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo.

“Em meu trabalho no Tribunal de Contas, assim como minha trajetória como ex-vereador, eu apresentei um projeto de lei, que foi aprovado, que introduziu o princípio do capitalismo humanista para a medição das políticas públicas. Assim, passamos a entender as melhores maneiras de atender aos menos favorecidos pelo Estado dentro do sistema capitalista”, declarou Tuma.

Para o Dr. Sartori, o Capitalismo Humanista está consolidado como uma diretriz sustentável de manutenção dos direitos dos cidadãos e da proteção de sua participação política.

“A ideia é que o capitalismo tradicional se una aos direitos humanos e as garantias individuais. Por isso, precisamos valorizar o direito político do cidadão, que hoje está comprometido, por causa do aumento da miséria. E precisamos contribuir para que os grupos desfavorecidos recuperem sua dignidade”.

O evento contou com a entrega do prêmio do Instituto do Capitalista Humanista para ilustres profissionais do setor jurídico. Os homenageados foram: Dr. Ivan Sartori, desembargador e professor; Dr. Mateus Bertoncini, professor da UniCuritiba; Dr. Cláudia Lima, professora da UFRGS; Dr. Gilda Sigmaringa Seixas; desembargadora federal do TRF da 1º Região; Dr. Mário Luiz Ramidoff, desembargador e professor.

Índices de desenvolvimento

A celebração deu ênfase à divulgação do Relatório iCAPH, no qual são apresentados indicadores de desenvolvimento em São Paulo sobre a ótica do Capitalismo Humanista.

Segundo o levantamento, que comparou índices mensurados em maio de 2020 e 2021, a capital paulista teve avanço de 9% na promoção do capitalismo humanista.

Entre os fatores com o maior desempenho, estão: “valorização do trabalho”, “livre iniciativa” e “busca do pleno emprego”. Os avanços mais tímidos foram percebidos em “Garantia da existência digna a todos” e “Propriedade Privada”.

Em entrevista ao Diário de São Paulo, o Dr. Manuel Garcia, vice-presidente do iCAPH analisou o cenário: “Neste ano, houve uma melhora de percepção dos 616 entrevistados da amostra, representando a sociedade paulistana. Mas, podemos chegar a melhores resultados ainda. Queremos colocar em prática os maiores esforços para que a comunidade seja bem assistida pelas políticas públicas, que podem aumentar o nível de bem-estar social de todos”.

Por outro lado, os avanços nas condições de vida dependerão de diversos fatores, especialmente políticos e econômicos, ressaltou o Dr. Garcia.

“Depende não apenas da situação econômica do Brasil, mas também de como as pessoas consultadas veem a defesa do meio ambiente e o empreendedorismo”, explicou.

De acordo com o Dr. Garcia, o índice de desemprego não aumentou, mas houve uma mudança na composição do mercado de trabalho, porque o número de trabalhadores com carteira assinada diminuiu nesses últimos anos, ao passo que muitas pessoas abriram empresas de pequeno porte.

“Se no ano que vem os entrevistados manifestarem melhoria nas condições de bem-estar social, significa que as políticas públicas estão fazendo efeito”, finalizou.

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