O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira (9) que o Brasil precisa ser "prudente" em relação ao resultado da eleição presidencial dos
Redação Publicado em 09/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 15h25
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira (9) que o Brasil precisa ser “prudente” em relação ao resultado da eleição presidencial dos Estados Unidos e que o presidente Jair Bolsonaro irá cumprimentar o vencedor “na hora certa”. O governo brasileiro ainda não parabenizou o presidente eleito Joe Biden , indo na contramão da maioria dos países da América do Sul e de boa parte dos líderes mundiais.
Biden teve sua vitória projetada na tarde de sábado por todos os principais meios de comunicação dos EUA, mas o presidente Donald Trump não reconheceu o resultado e acusou, sem provas, a ocorrência de fraudes eleitorais, dando entrada em um série de processos judiciais que, segundo especialistas, têm poucas chances de serem bem-sucedidos.
Nos Estados Unidos não há um órgão central da Justiça eleitoral, como ocorre no Brasil. Como cada estado tem regras próprias, cabe à mídia anunciar o vencedor da eleição.
“Julgo que o presidente está aguardando terminar esse imbróglio aí, de discussão se tem voto falso, se não tem voto falso, para dar o posicionamento dele, e acho que é óbvio que o presidente na hora certa vai transmitir os cumprimentos do Brasil a quem for eleito”, disse Mourão , ao chegar no Palácio do Planalto.
O vice-presidente afirmou não ver riscos de o Brasil ser prejudicado pela demora no reconhecimento do resultado e disse esperar que isso ocorra nesta semana. Mourão, no entanto, indicou que aposta na confirmação da vitória de Biden, ao desacatar que o Brasil terá que estabelecer um “novo relacionamento dos Estados Unidos”.
“Não julgo que corra risco. Vamos aguardar. É uma questão prudente. Acho que essa semana define as questões que estão pendentes, a coisa volta ao normal e a gente se prepara para o novo relacionamento que tem que ser estabelecido”, disse Mourão.
Trump insiste que houve milhares de votos irregulares para seu antecessor, mesmo sem quaisquer indícios disso. Diante das limitações impostas pela pandemia, mais de 65 milhões de pessoas votaram pelo correio neste ano, em sua maciça maioria democratas. O presidente, por sua vez, tenta pôr em xeque a lisura da modalidade desde o início do ano.
Trump mira especialmente os votos pelo correio recebidos após a eleição em alguns estados-chave, como a Pensilvânia . Para evitar que atrasos no serviço postal impedissem que votos regulares enviados dentro do prazo não fossem contabilizados, muitos estados permitiram seu processamento por alguns dias após a data do pleito.
Com uma série de processos judiciais, o presidente tenta e demanda recontagens nos estados onde Biden ganhou por uma margem pequena. Historicamente, no entanto, estes processos não causam grandes alterações na contagem. Votações apertadas são normais nos Estados Unidos, onde apenas dois grandes partidos dividem a preferência do eleitorado.
O próprio Trump venceu nos disputados Michigan, Wisconsin e Pensilvânia em 2016 por uma diferença de apenas 80 mil votos somados os três estados. Neste ano, nos mesmos estados, Biden tem agora mais 231 mil votos. Nos três estados em que ainda não é possível projetar o vencedor, Biden lidera no Arizona e na Geórgia, e Trump apenas na Carolina do Norte.
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