O resultado do clássico contra o São Paulo pouco vai fazer diferença para o planejamento do Palmeiras em 2021. É verdade que o Verdão mais uma vez jogou mal e perdeu para o rival por 1 a 0, mas o Choque-Rei válido pela quinta rodada do Campeonato Paulista, encaixado em uma noite de sexta-feira dois dias após a Recopa Sul-Americana, valeu mais por agora ser um problema a menos na agenda de um clube que viu sua lista de obstáculos crescer nos últimos dias.
O pouco tempo de treino e o acúmulo de jogos não são uma surpresa para o Verdão. Depois de disputar todos os jogos possíveis de seu calendário de 2020, o time palmeirense não terá como fugir de uma maratona nas próximas semanas, principalmente depois da paralisação do Paulistão.
O inesperado são os problemas de lesão que Abel Ferreira ganhou nesta semana, logo no primeiro grande momento da temporada de 2021 – a estreia no Grupo A da Libertadores será na próxima quarta-feira, no Peru.
A chegada do Palmeiras para o clássico contra o São Paulo, na sexta-feira: apenas um dia de descanso após Recopa — Foto: Marcos Ribolli
Além de Lucas Lima, que se recupera de uma lesão muscular, a comissão técnica palmeirense perdeu os atacantes Gabriel Veron e Breno Lopes. Como a fase de grupos do torneio sul-americano será decidida nas próximas seis semanas, a dupla pode ser baixa na busca pela classificação.
Principal nome do Verdão nas decisões recentes, Raphael Veiga é dúvida para o jogo em Lima, contra o Universitario. Contra o São Paulo, Gabriel Menino ficou fora por causa de problemas musculares e também segue volta indefinida neste momento.
Se o desafio de Abel Ferreira já era grande só de liderar o Palmeiras na busca pelo tricampeonato da Libertadores, os imprevistos de agora aumentam a dificuldade do Verdão em um grupo que terá também os qualificados Defensa y Justicia e Independiente del Valle.
Felipe Zito e Thiago Ferri analisam a derrota do Palmeiras para o São Paulo
Para 2021, a diretoria palmeirense abriu a temporada priorizando a base e com apenas Danilo Barbosa como peça de reposição. Com os desfalques, aumenta consideravelmente a necessidade de o clube encontrar no mercado reforços para o setor ofensivo e assim diminuir a dor de cabeça de Abel e seus auxiliares.
Para Libertadores, porém, não há nada de diferente que possa ser feito. É com esse grupo e com essas carências que o Verdão deve enviar sua lista para a Conmebol.
Por isso que o Paulistão deve ser mais do mesmo do que foi visto contra o São Paulo. Não pela técnica ou pela ausência de criatividade apresentada por um time com três zagueiros, dois laterais que não apoiaram, um meio de campo com um buraco enorme e três atacantes bem distantes. Tudo isso poderia ser melhor, mesmo com mudanças e falta de entrosamento.
Mas a necessidade de ter um time mais perto de sua força máxima na Libertadores obriga Abel Ferreira a descansar alguns atletas, rodar o elenco e recuperar outros jogadores no torneio estadual. Seria interessante até dar mais minutos para Garcia, Fabinho e Giovani, talvez desde o início.
Abel Ferreira e o árbitro Raphael Claus durante o Choque-Rei — Foto: Marcos Ribolli
O desempenho contra o Flamengo, pela Supercopa, no domingo passado, mostrou que o Palmeiras tem bola para brigar com coisas grandes em 2021. Tem qualidade para avançar às oitavas de final do torneio sul-americano pelo sexto ano consecutivo. Só que vai precisar também encontrar alternativas dentro do elenco.
Mesmo que alguém seja contratado neste sábado (Castellanos, talvez?) e consiga ser inscrito para a disputa da Libertadores, será necessário tempo para encaixar uma nova formação. E tempo é algo que vai continuar faltando para Abel Ferreira e sua comissão.
É um risco que a diretoria decidiu assumir, compreensível até pelo momento financeiro que os clubes vivem atualmente. Mas é inegável que, com as novas baixas por lesão, a responsabilidade aumentou. É em alerta ao Palmeiras antes de estrear na Libertadores e iniciar a busca pelo tri.
