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Análise: mesmo sem brilho, Palmeiras responde à torcida e volta a vencer

Time brasileiro de quem mais se espera dentro de campo, o Palmeiras entrou para enfrentar o Vitória, na manhã de domingo, em casa, tendo que dar uma resposta

Análise: mesmo sem brilho, Palmeiras responde à torcida e volta a vencer
Análise: mesmo sem brilho, Palmeiras responde à torcida e volta a vencer

Redação Publicado em 17/07/2017, às 00h00 - Atualizado às 11h31


Pressionado por derrota no Dérbi, série negativa e protesto da torcida na Academia, Verdão derrota Vitória por 4 a 2, com dois gols de Dudu e bastante entrega em campo

Time brasileiro de quem mais se espera dentro de campo, o Palmeiras entrou para enfrentar o Vitória, na manhã de domingo, em casa, tendo que dar uma resposta ao seu torcedor (36.263 pessoas foram à arena). O cenário era de pressão após a derrota para o Corinthians e uma sequência de três resultados negativos culminarem em um protesto de torcedores da principal organizada do clube, sábado, na porta da Academia de Futebol.

Era questão de honra para Cuca e seus comandados a conquista de um resultado positivo diante do time baiano, membro da zona de rebaixamento do Brasileirão. Mesmo sem um bom futebol, a missão foi cumprida com o placar de 4 a 2, graças a um grande empenho do time e ao talento de Dudu. Mas o que mais valia mesmo era voltar a vencer.

Com o objetivo claro de acertar as contas com a torcida, Cuca armou um time ofensivo. No início, Guerra, que costuma atuar mais centralizado, caía pela direita, enquanto Dudu ficava solto. Róger Guedes ficava ora pela esquerda, ora pelo meio, e Willian se posicionava como centroavante. O time estava trocando passes e buscando furar a retranca do Vitória. Mas um erro de passe de Felipe Melo no meio iniciou a jogada na qual Uillian Correia chutou de longe para marcar um golaço e abrir o placar, aos nove minutos. A pressão só aumentou!

Linha ofensiva no 1º tempo: Guerra na direita, Guedes no meio, Dudu na esquerda e Willian centralizado (Foto: Felipe Zito)

Linha ofensiva no 1º tempo: Guerra na direita, Guedes no meio, Dudu na esquerda e Willian centralizado (Foto: Felipe Zito)

Sair atrás em casa diante de um time ameaçado pelo rebaixamento fez a torcida do Verdão se irritar, mas continuar incentivando. A retranca do Vitória, que se defendia com duas linhas de quatro, estava surtindo efeito. E, aos 23, a torcida pediu raça aos jogadores! Para sorte do atual campeão brasileiro, o árbitro Bruno Arleu de Araújo errou ao ver pênalti de Wallace em Mina, após disputa de bola. Róger Guedes bateu bem e empatou, aos 36.

Ter sofrido o empate por um equívoco do juiz abalou a equipe treinada por Gallo. Com mais espaço para trabalhar a bola, o Verdão soube usar a seu favor o embalo da torcida e virou, no minuto final do primeiro tempo, com Dudu recebendo de Guerra.

Em uma demonstração de união, titulares e reservas do Palmeiras seguiram para o centro do gramado, se reuniram e foram juntos para o vestiário ao fim do primeiro tempo.

Titulares e reservas do Verdão se unem no centro do gramado antes da ida para o intervalo (Foto: Felipe Zito)

Titulares e reservas do Verdão se unem no centro do gramado antes da ida para o intervalo (Foto: Felipe Zito)

Mesmo estando à frente do placar, Cuca mudou a disposição tática em campo dos seus homens de frente para a segunda etapa. O treinador retomou o esquema antigo, com Róger Guedes na direita, Guerra no meio, Dudu na esquerda, mas sempre livre para buscar espaços, e Willian como referência no comando do ataque.

Jogando mais solto, o Palmeiras chegou com perigo algumas vezes, mas voltou a cometer erros, principalmente no chamado último passe, aquele que pode ser uma assistência para gol ou para clarear uma jogada de ataque. Retraído, o Vitória quase empatou com cabeçada de Wallace no travessão após escanteio. Cuca decidiu trocar Guerra por Michel Bastos, aos 22 minutos.

O técnico e o Verdão precisavam novamente de Dudu para botar mais fogo no jogo. E o capitão fez o que se espera dele. Em contra-ataque pela direita, ele foi até a ponta e cruzou na área. A bola sobrou para Willian acertar a trave direita. No rebote, aos 25, o lateral-direita Mayke marcou o primeiro gol dele pelo Verdão, o terceiro do Palmeiras – e homenageou São Marcos na comemoração.

Michel Bastos, que entrara bem no lugar de Guerra, foi o responsável pela jogada do quarto gol, aos 31. Lembrando os tempos de lateral-esquerdo e dando um recado a Cuca, ele cruzou na área e encontrou Dudu, que fez o segundo dele no jogo e também neste Brasileirão. Merecidamente, o camisa 7 foi ovacionado pelos mais de 30 mil torcedores ao ser substituído por Borja.

Com 4 a 1, o Verdão deu uma relaxada natural e abriu muito campo para o Vitória tentar diminuir o placar. Quem aproveitou bem foi o garoto David. O jovem atacante fez grande jogada, deu um chapéu em Egídio e fez o segundo do Vitória, aos 39.

Veja os melhores momentos de Palmeiras 4 x 2 Vitória

Veja os melhores momentos de Palmeiras 4 x 2 Vitória

Tentando aproveitar o acerto de contas com a torcida alviverde, o atacante colombiano Borja quase deixou o dele. A bola passou perto da trave direita de Fernando Miguel. O quinto gol não fez falta. A vitória já estava assegurada.

O fim do jejum de três partidas sem vencer (duas derrotas pelo Brasileirão e uma pela Libertadores) vai acalmar o ambiente do Palmeiras! Mas Cuca, os jogadores e a torcida sabem bem que nem sempre se vence sem apresentar um bom futebol. Com muitos ou poucos treinos, o Verdão precisa render mais para brigar pelo bicampeonato nacional (Cuca ainda acredita) e ir longe nos mata-matas da Libertadores e da Copa do Brasil. Neste contexto, um bom resultado contra o forte Flamengo, nesta quarta-feira, no Rio, pela 15ª rodada do Brasileirão, pode ser fundamental.

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