Ciência

Mal de Parkinson: conheça a doença, os sintomas e as possíveis formas de prevenção

Estudo aponta que cerca de 200 mil pessoas são diagnosticadas com a doença no Brasil

Doença é provocada por degeneração de neurônios de uma região do cérebro - Imagem: Freepik

Mateus Omena Publicado em 08/08/2022, às 18h45

O mal de Parkinson é uma das doenças que permanecem um mistério para a ciência e continuam a assustar pessoas que temem desenvolvê-la.

O assunto voltou a chamar a atenção, devido ao anúncio feito nesta segunda-feira (8) de que o cineasta dinamarquês Lars von Trier, 66 anos, foi diagnosticado com a doença. A notícia reacendeu o alerta da prevenção e a ideia de que os idosos devem ficar atentos aos possíveis sinais de Parkinson.

Apesar dos temores, especialistas recomendam que a difusão de informações sobre a doença pode ajudar as pessoas a entender mais sobre ela, identificar os sintomas e possíveis causas ainda no início da sua manifestação, para buscar o tratamento adequado o mais rápido possível.

Definição

A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico degenerativo que afeta os movimentos do corpo do paciente. Ela pode causar movimentos não intencionais, tremores de membros, rigidez muscular e dificuldade de equilíbrio e coordenação, tornando-se cada vez mais incapacitante.

Estima-se que 1% da população mundial com mais de 65 anos tenha Parkinson, segundo informações da farmaceutica Pfizer.

Por outro lado, um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que aproximadamente 200 mil pessoas têm a doença de Parkinson no Brasil. A incidência da doença avança progressivamente a partir dos 50 anos de idade.

Causas e fatores de risco da doença

A doença de Parkinson é causada pela morte ou degeneração de neurônios de uma região do cérebro, conhecida como substância negra. Nessa área, há a produção de um neurotransmissor chamado dopamina, uma substância responsável pela condução das correntes nervosas ao corpo, que auxiliam na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática.

A maioria dos sintomas do Parkinson acontecem devido à diminuição intensa da dopamina, que leva à falha na execução dos movimentos do corpo.

As causas exatas da doença ainda são desconhecidas, mas pesquisadores acreditam que alguns fatores de risco podem estar relacionados à doença. São eles:

Sinais e Sintomas do Parkinson

Os sintomas mais conhecidos da doença de Parkinson estão relacionados ao movimento, também chamados de sintomas motores, como:

No entanto, a doença pode se desenvolver de formas diferentes em cada pessoa. Além dos sintomas motores, a maioria dos pacientes pode desenvolver outros problemas de saúde relacionados ao Parkinson. Esses sintomas são diversos e conhecidos como sintomas não motores:

Embora a doença de Parkinson não seja fatal, é geralmente acompanhada de outras complicações que podem ser consideradas graves e que exigem atenção e acompanhamento de profissionais da saúde.

Por se tratar de uma doença que afeta as funções motoras, a pessoa com Parkinson pode apresentar dificuldades de locomoção, devido à lentidão de seus movimentos, e de manter o equilíbrio. Outro problema recorrente causado pela doença está ligado ao humor, como a prevalência da depressão, ansiedade e irritabilidade.

As alterações cognitivas também são frequentes, afetando a atenção e memória, agravando a capacidade de planejar e realizar tarefas, e podendo desencadear alterações de personalidade e alucinações no paciente, com possibilidade de desenvolver demência. As alterações no sono, como insônia, também são complicações causadas pela doença.

Como fazer o diagnóstico?

Geralmente, o médico identifica a doença tomando o histórico do paciente e realizando um exame neurológico. Mesmo assim, não existem exames laboratoriais ou de imagem específicos para diagnosticar casos de Parkinson.

Para se chegar ao diagnóstico da doença, é preciso observar ao menos dois dos quatro principais sintomas do distúrbio: tremor, lentidão de movimento, rigidez dos membros e problemas de equilíbrio ou coordenação. Depois disso, o médico poderá solicitar alguns exames, como ressonância magnética, tomografia computadorizada, entre outros testes de imagem. Assim, é possível descartar outros problemas de saúde que causam sinais e sintomas semelhantes.

Há também a possibilidade de o médico receitar um medicamento para a doença e observar a evolução do paciente. Se os sintomas melhorarem após o início da medicação, é outro indicador de que o paciente tem Parkinson.

Existe cura e tratamento?

A doença de Parkinson não tem cura definitiva, no entanto ela pode e deve ser tratada, não apenas combatendo os sintomas, como também retardando o seu progresso.

O acompanhamento médico tem como objetivo minimizar os efeitos da doença e garantir o bem-estar do paciente.

Os avanços da medicina permitiram que novos métodos sejam aplicados aos pacientes diagnosticados com a doença. Diversos tratamentos têm apresentado eficiência nos últimos anos, ajudando tanto no controle dos sintomas, como na melhoria da qualidade de vida do paciente.

Em alguns casos, os especialistas recomendam o uso de medicamentos como dopaminérgicos, que buscam aumentar ou substituir a dopamina, ajudando a amenizar alguns sintomas motores. Para outros quadros, há a necessidade de intervenção cirúrgica, mas isso ocorre em pacientes que não respondem mais aos medicamentos e possuem a doença avançada.

Outro método, considerado o mais leve, é a realização de mudanças no estilo de vida do paciente, como a adoção de práticas de exercícios físicos e descansos na rotina. Além de terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia.

Formas de prevenção

Como a causa do Parkinson é desconhecida, as formas comprovadas de prevenir a doença também permanecem um mistério. Contudo, de forma geral, a prevenção das doenças degenerativas inclui, necessariamente, um estilo de vida e envelhecimento mais saudável, que devem incluir:

OMS TRATAMENTO DOENÇA CURA PREVENÇÃO PARKINSON

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