As imagens viralizaram na internet na última semana
Jessica Anjos Publicado em 13/11/2022, às 13h10
Na França, em Toulouse, uma paciente teve um nariz cultivado em seu braço e as imagens do processo viralizaram nas redes sociais na últim semana.
O objetivo dos médicos era preparar o órgão para um transplante, já que a moça perdeu parte do nariz durante um tratamento contra o câncer. Para produzir o novo membro do corpo, os profissionais utilizaram biomaterial impresso em 3D e pele retirada da têmpora da moça.
Após o crescimento do nariz, o órgão foi enxertado com sucesso no rosto da paciente.
O câncer que a mulher enfrentou estava na cavidade nasal desde 2013. Durante o processo de tratamento, ela precisou fazer radioterapia e quimioterapia para lutar contra a doença.
A paciente viveu anos sem parte do nariz, após tentativas, sem sucesso, de reconstruí-lo. Médicos anteriores no histórico da paciente já haviam tentado enxertar retalho de pele e usar próteses faciais para corrigir a falta do órgão.
Já no novo procedimento, para fazer crescer um novo nariz, o biomaterial foi feito sob medida - usado no lugar da cartilagem - a impressão em 3D teve como base imagens do nariz da paciente antes do tratamento contra o câncer.
O implante da estrutura foi feito no antebraço da moça, onde um pedaço de pele retirada da sua têmpora foi cultivada e cresceu sobre essa estrutura por dois meses.
Depois do período de cultivo, o nariz foi transplantado através de uma microcirurgia, na qual os vasos sanguíneos da pele do braço foram conectados ao vasos sanguíneos do rosto da mulher.
"Após 10 dias de hospitalização e três semanas de antibióticos, a paciente está muito bem", informou o boletim médico à imprensa.
Todo o processo foi feito pelas equipes de cirurgia de ouvido, nariz e garganta do Hospital Universitário de Toulouse e do Instituto Claudius Regaud, realizada no Instituto de Câncer da Universidade de Toulouse-Oncopole.
"Esse tipo de reconstrução nunca havia sido realizado em uma área tão frágil e pouco vascularizada e foi possível graças à colaboração das equipes médicas com uma empresa belga, fabricante de dispositivos médicos especializados em reconstrução óssea", escreveu o hospital em comunicado.