INCÊNDIOS

Queimadas destroem o equivalente a um estado inteiro no Brasil em agosto

Monitoramento aponta alta drástica nas queimadas, com 5,6 milhões de hectares destruídos

Fogo avança com intensidade sobre pastagens e biomas, alarmando autoridades e especialistas - Imagem: Reprodução / X (antigo twitter) @pedrokojii

Sabrina Oliveira Publicado em 12/09/2024, às 12h37

O Brasil enfrentou um mês de agosto marcado por incêndios devastadores que consumiram uma área equivalente ao estado da Paraíba, segundo dados recentes do MapBiomas. O levantamento, feito pelo Monitor do Fogo, revela que as queimadas em agosto de 2024 totalizaram 5,65 milhões de hectares, uma cifra alarmante que corresponde a quase metade da área queimada em todo o ano até agora. A alta foi de 149% em comparação ao mesmo período de 2023, com o impacto mais severo sendo registrado em pastagens destinadas à pecuária.

O estado de São Paulo se destacou de forma negativa, concentrando 86% das queimadas do ano somente em agosto, sendo a agropecuária a atividade mais afetada, principalmente o cultivo de cana-de-açúcar nas regiões de Ribeirão Preto, Sertãozinho e Pitangueiras. O aumento no número de incêndios também resultou na prisão de 15 pessoas acusadas de provocarem queimadas ilegais no interior paulista.

Entre os biomas mais atingidos estão o Cerrado e o Pantanal, ambos extremamente vulneráveis durante o período de estiagem. No Cerrado, as queimadas chegaram a níveis não vistos nos últimos seis anos, impactando a qualidade do ar nas cidades e ameaçando o equilíbrio ambiental da região. O governo do Mato Grosso do Sul, por exemplo, estima que dois milhões de hectares tenham sido consumidos pelo fogo.

A Amazônia também sofreu com os incêndios, registrando uma destruição de dois milhões de hectares, principalmente nos estados de Mato Grosso e Pará. Em contrapartida, o único bioma que conseguiu escapar do aumento nas queimadas foi o Pampa, localizado no Rio Grande do Sul.

O bioma [do Cerrado], que é extremamente vulnerável durante a estiagem, viu a maior extensão de queimadas nos últimos seis anos, refletindo a baixa qualidade do ar nas cidades.” informou a coordenadora técnica do estudo, Vera Arruda, em nota .
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