O presidente Lula ainda falou que não é certo condenar o Hamas e não condenar o que o Exército de Israel está fazendo
Ana Rodrigues Publicado em 05/03/2024, às 07h56
Nesta última segunda-feira (4), o presidente Lula disse que, "o tempo vai provar" que ele estava certo ao comparar as ações das forças de Israel em Gaza com os atos da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Há 20 dias, como eu apanhei porque falei da Palestina", disse Lula.
De acordo com o UOL, após afirmar ser católico, Lula diz acreditar que "Deus escreve certo por linhas tortas", onde argumentou que o tempo provará que ele está certo em sua opinião sobre a guerra em Israel.
O povo palestino tem o direito de viver, de criar o seu país", defendeu.
O presidente ainda disse que não era aceitável anunciar doação de comida e ajuda humanitária para a população em Gaza, mas "mandar bala, mandar morte para aquelas pessoas".
Até quando a gente vai ter medo? Até quando vamos nos curvar? Já passei por muitas histórias (...), então, nós temos que reagir em nome da democracia e das instituições".
Enquanto Lula falava sobre o tema, a primeira-dama, Janja Silva, levantou a bandeira da palestina.
Ainda no evento, Lula também posou com uma bandeira da Palestina e declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está tentando escapar da possibilidade de ser preso.
No discurso que abriu o evento, o poeta Antônio Marinho pediu o "fim do genocídio" em Gaza e foi aplaudido de pé por Lula. Após sua fala, ainda tirou uma foto com o presidente e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, empunhando a bandeira palestina.
Marinho foi diretor nacional de Cultura Popular no Ministério da Cultura, entre os meses de março a julho do ano passado.
No dia 27 de fevereiro, Lula voltou a criticar Israel, onde disse que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu quer "efetivamente" acabar com os palestinos na Faixa de Gaza. Para o presidente, que também condenou o "gesto terrorista" do Hamas, é uma hipocrisia achar que um morte [judeus], é diferente da outra [palestinos].
Eu considero um genocídio porque é um Exército amplamente armado atacando uma parte da sociedade indefesa", disse Lula, ao jornalista Kennedy Alencar, no programa "É Notícia", da RedeTV!.
Lula negou que usou a palavra "Holocausto" ao falar de Israel. Segundo o presidente, o tempo foi a "interpretação" de Netanyahu.
Eu não esperava que o governo de Israel fosse compreender. Eu não esperava, porque eu conheço o cidadão historicamente há algum tempo, eu sei o que ele pensa ideologicamente", acrescentou, referindo-se ao premiê israelense.
Porém, para o presidente, é hipocrisia criticar o grupo extremista [Hamas] e defender os ataques de Israel em Gaza.
A gente não pode ser hipócrita de achar que uma morte é diferente da outra". Eu não posso condenar o gesto terrorista do Hamas e ver o Estado de Israel (...) fazendo com inocentes as mesmas barbaridades", finalizou o presidente.