Prefeitura de SP propõe ao Ministério da Saúde exigência de teste negativo de Covid em aeroportos para conter variante indiana do coronavírus

“Considerando que São Paulo é a maior cidade do país e Guarulhos é o maior aeroporto, devemos reforçar a vigilância para que essa variante não se espalhe pelo

SP -

Redação Publicado em 22/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h09

Secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, participou neste sábado (22) de reunião virtual com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Na quinta-feira (20), estado do Maranhão confirmou registro dos primeiros casos no Brasil de variante indiana.

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, propôs em reunião virtual realizada neste sábado (22) com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que barreiras sanitárias sejam feitas em aeroportos, rodoviárias e rodovias para tentar conter a disseminação da variante indiana do coronavírus.

Entre as medidas propostas estão a exigência de teste negativo para Covid do tipo RT-PCR para passageiros que cheguem a São Paulo vindos de voos do Maranhão ou da Argentina, nos aeroportos de Congonhas e Campo de Marte, na capital paulista, e Cumbica, em Guarulhos.

Na quinta-feira (20), o estado do Maranhão confirmou o registro dos primeiros casos no Brasil da variante indiana, chamada de B.1.617. Eles foram confirmados em tripulantes que estavam em um navio vindo da África do Sul. Antes do Brasil, o único país na América Latina que havia confirmado a presença da variante havia sido a Argentina.

Também foi sugerida a busca por pacientes sintomáticos em rodoviárias, que serão encaminhados para unidades de saúde próximas para a realização de teste RT-PCR. Caso o teste seja positivo, a pessoa deverá ser isolada e monitorada por dez dias.

“A ideia é que a gente possa, em uma ação integrada e comandada pela Anvisa, fazermos todo esse processo de triagem, de isolamento e monitoramento, de ações educativas que possam ser preventivas em relação à circulação de novas variantes, principalmente a variante indiana”, disse Aparecido em entrevista à GloboNews.

De acordo com o secretário, houve uma sinalização por parte do ministro para que as ações também possam ser adotadas em âmbito nacional.

“As sugestões feitas pela cidade de São Paulo o ministro viu com muito bons olhos, dizendo inclusive que poderia se transformar em uma orientação nacional.”

As ações nas rodoviárias podem começar a valer a partir da segunda-feira (24), segundo Aparecido.

“Acreditamos pelo menos preparar as funções de triagem com as nossas equipes, que nós vamos montar já nesse domingo para tentarmos colocar em trabalho na segunda-feira. Sobretudo, no Terminal Rodoviário do Tietê, onde chegam dois ônibus por semana do Maranhão”, disse o secretário.

Também participaram da reunião deste sábado representantes da Secretaria Estadual de Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa (PSD).

Portaria do Ministério da Saúde publicada 14 de maio proibiu a entrada no Brasil de voos vindos do Reino Unido, Irlanda do Norte, África do Sul e Índia.

A mesma portaria recomenda que visitantes que estiveram do Reino Unido, Irlanda do Norte, África do Sul e Índia no últimos 14 dias não entrem no país, mas a regra não se aplica para brasileiros, naturalizados e imigrantes com moradia definitiva no país.

Após a reunião, o Ministério da Saúde afirmou por meio de nota que a Anvisa tem intensificado a vigilância em aeroportos, incluindo abordagem a passageiros antes e após voos. No entanto, não confirmou se será adotada a exigência de testagem para passageiros do Maranhão e Argentina.

“Considerando que São Paulo é a maior cidade do país e Guarulhos é o maior aeroporto, devemos reforçar a vigilância para que essa variante não se espalhe pelo Brasil”, disse o ministro Marcelo Queiroga no comunicado.

Veja a proposta da Secretaria Municipal de Saúde

Ações nos aeroportos Campo de Marte, Congonhas e Cumbica:

Ações em rodoviárias – transporte terrestre​:

Rodovias e vias de acesso ao município de São Paulo:​

Estudos para monitoramento de novas variantes​:

Secretário de Saúde da capital quer ampliar medidas restritivas para viajantes

Epidemia em São Paulo

Até o momento, nenhum caso da variante identificada pela primeira vez na Índia foi detectado na capital paulista. A variante predominante São Paulo é a brasileira (P1), que, segundo as autoridades de saúde, tem levado mais gente aos hospitais, e por mais tempo.

Segundo a Prefeitura, a cidade iniciou em abril, em parceria com o governo do estado, o encaminhamento de parte das amostras de exames PCR-RT positivos ao Instituto Butantan para análise genômica para identificar as cepas circulantes neste momento no município de São Paulo.

Atualmente, a taxa de ocupação média para pacientes com Covid no município – que inclui os hospitais municipais e os leitos contratados – é de 77% nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 61% em enfermaria. No entanto, alguns hospitais já apresentam lotação máxima.

Dos 21 hospitais municipais da capital, seis já têm mais de 80% de ocupação, que é um número considerado como indício de colapso por especialistas. De acordo com a gestão municipal, 54 pacientes aguardam transferência para leitos de UTI no município.

Durante a fase emergencial, a mais restritiva da quarentena no estado, houve uma melhora na ocupação de leitos. No entanto, o número de novas internações parou de cair após as flexibilizações econômicas permitidas na fase de transição.

O estado apresenta estabilidade de novas internações, casos e mortes, mas em patamar ainda muito alto. Apesar dos índices preocupantes da epidemia, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou na quarta-feira (19) novas flexibilizações da quarentena para os próximos dias em todo o estado.

Em coletiva de imprensa na quinta-feira (20), o prefeito Ricardo Nunes (MDB), afirmou que caso exista um novo aumento da epidemia na capital, novos leitos serão abertos. “Se houver uma nova onda, a cidade de São Paulo está absolutamente preparada para abrir 250 leitos de UTI em curto espaço de tempo”, disse o prefeito.

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Fonte: G1 – Globo.

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