A agência de investigação federal dos EUA invadiu a casa do ex-presidente na última segunda-feira (8)
Vitória Tedeschi Publicado em 12/08/2022, às 18h08
Os agentes do FBI, agência de investigação federal dos Estados Unidos, estavam procurando documentos secretos sobre armas nucleares, entre outros materiais confidenciais, quando invadiram a casa de Donald Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, na última segunda-feira (8).
A quebra do sigilo enquanto a investigação ainda está em andamento é uma medida pouco usual nos EUA, mas foi autorizada na tarde desta sexta-feira. As informações são do jornal The Washington Post na última quinta-feira (11).
Entre o material apreendido, há documentos marcados como "TS/SCI" - sigla em inglês para informações compartimentadas ultra-secretas/sensíveis - um nível de classificação reservado para informações que podem causar danos "excepcionalmente graves" à segurança dos EUA.
Além disso, haveria quatro conjuntos de "documentos ultrassecretos", três conjuntos de "documentos secretos" e três conjuntos de documentos "confidenciais".
Também foram recuperadas informações sobre o "Presidente da França", embora não haja qualquer informação adicional ou detalhes de que tipo de material seria este.
Não foram fornecidos mais detalhes sobre o conteúdo desses documentos pela Justiça. Apenas que em meio ao material haveria documentação sobre o armamento nuclear americano, como divulgado pelo Washington Post afirmou.
O mandado de busca e apreensão na casa de Trump afirma que o ex-presidente é suspeito de ter violado artigos do Ato contra Espionagem, legislação americana de 1917 que proíbe a manipulação de documentos classificados como sensíveis, especialmente da área de defesa nacional dos EUA, fora das dependências do governo federal, expondo-os ao risco de vazamento ou exposição indevida.
Em nota, o porta-voz de Trump, Taylor Budowich, acusou o governo Biden de liberar informações da investigação para tentar tirar o foco sobre a ação policial em si.
"O governo Biden está obviamente em modo redução de danos após a operação policial malfeita, na qual apreenderam os livros de fotos do presidente, uma 'nota escrita à mão' e documentos desclassificados. Essa invasão à casa do presidente Trump não foi apenas sem precedentes, mas desnecessária - e agora eles estão vazando mentiras e insinuações para tentar explicar o assalto do governo contra seu principal oponente político. Isso é ultrajante", disse Budowich.