As autoridades sabiam do caso desde 2020
Marina Roveda Publicado em 31/07/2022, às 17h29
A Polícia Civil instaurou, por meio da corregedoria responsável, um procedimento para investigar a omissão das autoridades durante dois anos sobre o caso da família mantida por 17 anos em cárcere de privado.
Conforme foi apurado, as autoridades tomaram conhecimento do caso em 2020, e vagou por duas delegacias. O inquérito foi remetido ao MP-RJ (Ministério Público do Rio) por três vezes e retornou, pela última vez, em maio deste ano.
Um misericordioso vizinho disse que já havia pedido ajuda em uma clínica da família da região. Mas, somente nesta última quinta-feira (28), após um ator de misericórdia de um vizinho, a mulher e seus dois filhos foram resgatados pela Polícia Militar.
Em entrevista concedida à Record TV, Sebartião Gomes relatou que se comunicava com a mulher através de um buraco no portão e levava alimentos para a família, que temia ser agredida.
A direção da Clínica da Família Alkindar Soares Pereira Filho disse ter notificado a suspeita em 2020 ao Conselho Tutelar da região, que informou, na ocasião, ter levado a denúncia ao Ministério Público e à Vara da Infância. Inclusive, afirmou que uma equipe esteve na residência, mas o morador não permitiu a entrada.
Já o Conselho Tutelar de Guaratiba declarou que acompanhava o caso havia dois anos e que tinha registrado boletim de ocorrência na 43ª DP (Guaratiba), além de ter comunicado o fato à Vara da Infância e da Juventude.
O MP-RJ (Ministério Público do Rio) disse ter noticiado o fato ao 27º BPM (Santa Cruz) e registrado o caso na delegacia, mas não ter sido informado de que a violência não havia sido interrompida. A promotoria acrescentou que a atuação do Conselho Tutelar e da rede de proteção está sendo apurada.