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1 mês após perder o filho em ataque à escola, mãe dá relato de partir o coração

Luan Augusto, e sua namorada, Karoline Verri Alves, foram assassinados a tiros

1 mês após perder o filho em ataque à escola, mãe dá relato de partir o coração - Imagem: reprodução redes sociais

Vitória Tedeschi Publicado em 19/07/2023, às 13h39

A mãe de um dos jovens assassinados durante o ataque ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Londrina, no Paraná, no dia 19 de junho de 2023, falou sobre a tragédia pela primeira vez.

Luan Augusto, de 16 anos, e sua namorada, Karoline Verri Alves, de 17, foram mortos a tiros após um homem de 21 anos invadir o local sob o pretexto de buscar alguns documentos. A menina morreu na hora, enquanto ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

Nesta quarta-feira (19), dia em que se completa um mês da tragédia, Fernanda Vieira, mãe de Luan, falou sobre a perda do filho. Em depoimento à Vogue, ela contou sua história, detalhou o fatídico 19 de junho.

Estava trabalhando quando recebi a mensagem do pai dele dizendo que teve tiros na escola. Fui direto para a escola. Chegando lá não tive informações, após alguns momentos encontrei o avô desesperado, dizendo que o Luan foi encaminhado para o hospital. Fui junto com eles no mesmo carro", iniciou ela.

"Quando chegamos o Luan tinha acabado de dar entrada. Encontrei a ambulância que tinha levado ele, havia muito sangue. É muito angustiante ver tudo aquilo, é desesperador. O sangue do meu filho derramado. Após isso foi uma espera sem fim", contou.

Ela conta que no hospital, os médicos foram muito realistas e contaram que o estado de saúde do menino era muito grave e que ele precisava de uma melhora para sobreviver, o que não aconteceu.

Fique ali o tempo todo segurando a mão dele. As unhas estavam cheias de sangue, os olhos inchados. Nunca em toda minha vida vou esquecer disso", relembra.

Fernanda continua contando que ficou com o filho até às 23 horas, pedindo a ele que melhorasse. Até que ela precisou se despedir para ir até o velório da namorada, Karoline.

"Eu saí, me despedi e fui ao velório da Karol, da namorada dele, que infelizmente perdeu a vida instantaneamente. Fiquei lá um tempo e fui para a casa tomar um banho. Às 3 horas da manhã recebi a mensagem do pai dele para ir ao hospital. Chegando lá eu só olhei para ele e ele balançou a cabeça em forma de 'não'. Meu filho teve uma parada cardiorrespiratória", diz.

Fui vê-lo sem vida. Nunca imaginei passar por isso, ver o meu amor sem vida. Eu morri ali também. Uma parte de mim morreu", afirma ela. 

Fernanda conta que todos os dias sem o filho são muito difíceis - ela acorda e vai dormir chorando: "Estou tomando remédios para depressão e ansiedade. Estou tentando acreditar que Deus teve um propósito nisso tudo, estou me apegando a isso e orando sempre. Fiz um altar para ele do lado da minha cama. Todos os dia acendo uma vela e rezo por ele e pela Karol".

"Agora o que me resta são lembranças, apenas. E um luto sem fim", finaliza ela.

Relembre o caso

O casal de namorados, Karoline Verri Alves e Luan Augusto, foram alvejados na escola por um ex-aluno. Karoline não resistiu. - Imagem: reprodução I O Globo

Um ex-aluno entrou no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, localizado em Cambé, no norte do Paraná, e disparou contra dois estudantes no dia 19 de junho. Ele foi preso e encontrado morto dois dias depois.

Karoline Verri Alves morreu ainda no lugar após levar os tiros, enquanto Luan Augusto foi encaminhado para o Hospital Universitário de Londrina após ser atingido na região da cabeça.

De acordo com informações do portal G1, os familiares contaram que os dois tinham um relacionamento sério e escreviam declarações nas redes sociais sobre o romântico namoro.

O ex-aluno, de 21 anos de idade, entrou no colégio alegando que precisava fazer a solicitação de documentos, quando, de repente, começou os disparos contra o casal. 

A ocorrência foi registrada às 9h20 e o atirador foi levado preso pela Polícia Militar. Por hora, todas as escolas de Cambé suspenderam as aulas.

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