Jovem negro denuncia ofensa racista em unidade de fast-food em SP
Gabrielly Bento Publicado em 12/09/2024, às 10h42
Um novo caso de racismo colocou a rede de fast-food Habib's no centro das discussões. O cantor Abrahão Costa, um jovem negro, denunciou publicamente ter sido vítima de racismo por parte de uma funcionária de uma unidade da rede em São Paulo.
Segundo o relato de Abrahão, após questionar sobre uma esfiha estragada, a funcionária teria respondido com a expressão "157 nas costas", uma clara referência ao artigo do Código Penal que trata do crime de roubo e que é frequentemente utilizada para estereotipar pessoas negras como criminosas.
De acordo com o UOL, o artista relatou que estava em uma filial da rede, o cantor percebeu que uma das esfirras que havia pedido estava estragada. Por causa disso, ele e seus seis amigos, que o acompanhavam, optaram por não comer as demais esfirras, temendo que estivessem na mesma condição. De acordo com o relato dele, a atendente informou que seria necessário pagar uma "taxa de desperdício" pelo fato de não terem comido todas as esfirras.
Abrahão, que é negro, e um amigo seu registraram o momento em que explicavam à funcionária que não iriam pagar essa taxa.
Você falou que uma foi estragada. Então, as demais não estão", disse a atendente.
Glay Nunes, amigo de Abrahão e também cantor, de 25 anos (que é branco), declarou que essa cobrança era ilegal. Abrahão, então, concordou e mencionou que poderia mostrar o artigo do Código de Defesa do Consumidor que tratava sobre o assunto.
Você tem 157 nas costas né?", disse a atendente. Abrahão e Glay ficaram atônitos com a fala, considerando-a uma grande falta de respeito.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que Abrahão relatou aos policiais militares que a atenderam que sofreu um ato de racismo cometido pelo gerente do restaurante após uma discussão sobre o valor da conta.
Desta forma, ambos os envolvidos foram ouvidos no local, e a vítima foi orientada a realizar o registro do boletim de ocorrência, o qual foi feito posteriormente na Delegacia Eletrônica. Ele também foi aconselhado a fornecer mais detalhes no 7º Distrito Policial (Lapa) para colaborar com a apuração do caso.
"As partes foram ouvidas no local e a vítima orientada a registrar um boletim de ocorrência, que posteriormente foi feito na Delegacia Eletrônica. Ela foi orientada a prestar mais informações para auxiliar na investigação do ocorrido", comentou o órgão.